Imagem de capa: Maxplay photographer, Shutterstock

Todo objeto observado muda o seu comportamento diante do observador. A Física Quântica já provou isso pelo experimento da dupla fenda que registra a mudança de comportamento dos átomos quando são observados.

Mas eu não quero falar de física que pouco entendo. Se você quiser saber mais sobre o experimento da dupla fenda, procure no Youtube.
É bem legal!

Quero falar de gente. Entendo um pouco de gente. De pessoas.
Quando uma pessoa se sabe observada, ela capricha nas ações e nas reações. Ela modifica o seu comportamento primitivo e o elabora de maneira a impressionar favoravelmente aquele que a observa.

Ela -a pessoa- se torna ligeiramente “exibida”. Exuberante. Despachada. Bem resolvida.

Se é um homem, ele se faz gentil, sensível, educado, competente, solícito, desenvolto. Se é uma mulher, ela se mostra amável, parceira, bem humorada, linda, inteligente, e sem frescuras aparentes. Ambos querem mostrar o seu melhor.

Todos os seres que se sabem observados florescem, acentuam a sua sexualidade, destacam os seus pontos positivos.

Todos os seres que não se sentem observados, murcham, se desintegram ainda em vida, e morrem por absoluta falta de observação. E de apreciação.

Relacionamentos bem sucedidos são aqueles em que cada um dos parceiros é um observador atento. Se a mulher corta o cabelo, o observador parceiro nota, e faz a observação. Se o homem usa um perfume, a observadora parceira exercita o olfato, dá um cheiro no cangote, e registra o que observou.

Tem mais essa: não basta observar, tem que registrar. Falar. Anunciar. Relatar. Elogiar. Deixar claro que percebeu.

No trabalho, a mesma coisa. Quando um trabalhador sabe que o seu esforço está sendo observado, ele trabalha com muito mais vigor.
Tudo funciona melhor com observação positiva.

Quem tem fé, como eu, sabe que Deus é o observador dos observadores.

Não há ninguém que observe mais e melhor, tudo e todos, ao mesmo tempo, do que Deus. Se lembrássemos disso, capricharíamos mais nas coisas que dizemos, sentimos, e fazemos. Capricharíamos para Deus!
Daríamos o nosso melhor em qualquer circunstância, seríamos imbatíveis.

No entanto, esquecemos desse Magno Observador. E ficamos dependentes da observação de um ser tão distraído quanto o homem.

Nesse sentido, as redes sociais nos ajudam muitíssimo a chamar a atenção do mundo para nós. Ao mesmo tempo, nós também ajudamos, mantendo a nossa atenção sobre o mundo dos outros.

Observem bem como somos todos maravilhosos, divertidos, lindos, bondosos, atraentes, bem humorados, elegantes, educados, infalíveis!

Muitas pessoas condenam e chamam de exibicionismo, mas não há nada de condenável em mostrarmos o nosso melhor para uma platéia atenta e disposta a nos observar.

Funciona muito bem. Faz bem para a saúde. Melhora a autoestima.
Eleva o astral.

Muitas vezes, vou até à minha filha, que trabalha com imagens, e peço a ela uma nova sessão de fotografias. Capricho na roupa, na maquiagem, e faço as fotos. Para quê?

Para postar na rede. Sei que ali terei centenas de amigos me observando e retornando palavras de carinho.

Nunca ninguém comentará numa foto: “como você é feia!”

Diariamente, escrevo na rede. Escrever também é uma forma muito razoável de captar a observação. Nesse caso, nem sempre será positiva. Algumas pessoas gostam do que você registra, outras desgostam. Mas tá valendo.

Como o fermento que faz o bolo crescer, a observação faz as nossas ideias crescerem e se aprimorarem.

Nas instituições escolares deveria haver uma área da psicologia que ensinasse as crianças a treinar a capacidade de praticar uma observação positiva de alunos para alunos, para professores, para a diretora, para a merendeira, para todos os seres humanos.

Não há pessoa de nenhuma idade que seja imune a essa prática. Faça o teste: de hum a 200 anos, todo ser humano é sensível ao ato de sentir-se observado positivamente. E segundo a Física Quântica não apenas os seres humanos, mas tudo o que existe no Universo reage ao poder da observação.

Vamos tentar observar mais e melhor aquilo que nos cerca, incluindo Deus, as pessoas, os animais, as plantas, as pedras, a natureza, a terra, o mar, o Universo como um todo.

O mundo ficará melhor sob o poder da sua e da minha observação.

Ana Maria Ribas Bernardelli

Estudante de humanas-idades, cidadã do céu e da terra, escritora por compulsão, leitora de letras, de pontos, de reticências, e de linhas, interventora de paisagens, solitária por opção, gregária por necessidade, gosto de músicas, filmes em que só as pessoas acontecem, documentários, biografias, e todas as obras de Clarice Lispector e de Watchman Nee. Vivo a espiritualidade, sem religião. Não tenho afinidades com rituais e com scripts que se repetem. Amo a liberdade, os animais, as plantas, os velhos, as crianças, e todos os seres que se sentem estranhos no ninho. Fujo de superficialidaes, e não tolero nenhum tipo de injustiça, crueldade, ou tirania. Adoro a Deus e a ele quero servir. Escrevo para organizar a vida, para aguentar o tranco, e em cada texto meu, você me encontrará. Espero que eu também lhe encontre no meu email, no meu site, e nos meus endereços nas redes sociais. Feliz por estar com vocês!

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  • Puxa!!Adorei a sua explanação. Quem sabe um dia, eu vou conseguir expor tudo o que está dentro de mim com tanta eficiência e clareza.Ler o seu texto me fez sentir, extremamente, esperançoso.
    Obrigado...

  • Bom dia dona Ana. Vi uma mensagem sua sobre Bolsonaro no meu Whatsapp; Vi em suas palavras o sentimento expresso no meu coração, de que a impunidade seria ganha através da fé e não da midia entre outros. Fique mais alegre de Saber que watchman nee é seu pai espiritual em ideias, fé, e observação.
    Estou tomando rumos longe de sensacionalismo cretense, e correndo para Jesus. Pessoas assim fazem o evangelho eterno coabitar entre os homens.

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Ana Maria Ribas Bernardelli

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