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Conseguiremos conviver somente se estivermos dispostos a abrir mão de algo, a analisar nossa parcela de responsabilidade no que acontece, a ouvir alguém que não seja nós mesmos. Relacionamentos requerem compartilhamento, entrega, empatia e altruísmo, ou sempre haverá um lado da balança pesando demais.
Estar sozinho pode ser uma opção, pois existem pessoas que não sentem solidão e conseguem lidar muito bem com uma vida solitária, inclusive nem procuram alguém. Por outro lado, há aqueles que não se sentem confortáveis não tendo ninguém ao seu lado e, por isso, não perdem a esperança em encontrar um parceiro de vida. Porém, algumas pessoas simplesmente conseguiram espantar qualquer alma viva de seu convívio, sendo a solidão o seu castigo.
Certos indivíduos não conseguem se relacionar, minimamente, haja vista sua personalidade difícil, sua relutância em abrir concessões de quaisquer tipos, sua língua afiada. Não é fácil relacionar-se com alguém, ainda mais hoje, quando o egoísmo parece ser a tônica dominante. Não muitos estão dispostos a abrir-se ao outro, a ouvir uma opinião diversa, a refletir sobre as próprias atitudes.
Conseguiremos conviver somente se estivermos dispostos a abrir mão de algo, a analisar nossa parcela de responsabilidade no que acontece, a ouvir alguém que não seja nós mesmos. Relacionamentos requerem compartilhamento, entrega, empatia e altruísmo, ou sempre haverá um lado da balança pesando demais. Isso tudo implica a consciência de que o raio de nossas ações vai muito além de nossos próprios jardins, ou seja, teremos que saber que não poderemos agir como bem quisermos o tempo todo, muito pelo contrário.
Por isso é que muitas pessoas passam a vida sozinhas, sem ninguém com quem possam contar de verdade. Viveram sempre desconfiadas de tudo e de todos, fechadas em si mesmas, querendo apenas agir de acordo com o que pensavam, sem abrir mão de nada por ninguém. Não iam às festas, porque não podiam perder a novela; não recebiam crianças de forma agradável, porque elas tiravam as coisas do lugar; não gostavam da prima, do cunhado, da vizinha, de ninguém enfim.
Obviamente, teremos que ter paciência com as pessoas, entendendo que há muitos comportamentos que podem ser mudados, quando nos dispusermos a ajudar, a chegar junto com carinho e sinceridade. Da mesma forma, muitos comportamentos podem ser tratados com ajuda de profissional competente. Mesmo assim, muitas pessoas não querem ser ajudadas, simplesmente porque acham que os outros é que devem mudar e não elas. Por isso é que permanecem sozinhas por toda uma vida, apesar de toda tentativa externa de levá-las para longe da solidão.
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Esta mulher sozinha carregando uma mala na beira da estrada, paradoxalmente produzida como que uma versão surrealista de uma andarilha, eu a vi numa rodovia na Russia entre as cidades de Omsk e Novossibirsk. A Russia é bárbara, inculta demais para ser europeia, polida demais para ser asiática...:)