Imagem de capa: kittirat roekburi/shutterstock
O ar ficou pesado, difícil de respirá-lo, pela primeira vez a sensação de sentir o coração sangrar. Uma tontura tomou conta, o corpo não suportou a confusão na mente, olhava para todos os lados e não via nada, nenhum caminho. Havia somente uma vontade crua e vazia de sumir, desaparecer por um instante.
Cada lágrima engolida era como um corte na alma. Já havia cessado o choro, já não tinha mais força, já havia me rendido, desistido. Não sobreviveu o amor que deveras sentia e não escondia. Que foi achado, cultivado e, após brotar, foi abandonado, trocado.
Senti o coração doer de verdade. Coloquei a mão no lado esquerdo do peito e fiz uma massagem pra ver se aliviava, mas foi em vão. Fechei os olhos, respirei fundo e comecei a tentar me convencer de que a partir de agora, minha vida segue sem você e que, você, agora segue com um outro alguém. E, esse alguém, não sou eu.
Me tranquei no quarto. Deitei e deixei a primeira lágrima descer e, com ela, foi saindo um pouco da dor que tanto incomodava. Chorei tudo o que prendi ao te ver com ela. Cada sorriso que eu dava naquele momento era uma tentativa de camuflar o que eu estava sentindo e nem sabia explicar o que era. Não sabia se era raiva por você ter ido sem sequer se despedir, se era tristeza por não estarmos juntos. Não sabia se era arrependimento por ter protagonizado um grande papel de trouxa, ou se, simplesmente, perdi os sentidos, pois não sabia o que sentir.
Então, preferi deixar as coisas inertes dentro de mim. Optei por sentir nada, por enquanto, até o sangramento estancar, a ferida cicatrizar e o coração voltar a pulsar normalmente. Espero que você finalmente se encontre, seja feliz e, principalmente, faça ela feliz também, pois o que o mundo menos precisa, é de mais um coração partido por você…
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