Marcel Camargo

Algumas pessoas irão gostar de nós somente enquanto puderem nos usar

Imagem de capa: Alexander Image, Shutterstock

Infelizmente, para muitos, vale muito mais uma companhia que possua carro zero, que frequente locais descolados, que conheça a nata da sociedade, do que alguém que ofereça amizade sincera e afetividade incondicional.

Quanto mais os dias passam, mais teremos que nos fortalecer para poder enfrentar o tanto de dissabores que se acumularão, por conta do que não dará certo, assim como em razão de gente que trará decepção. Não poderemos ter a certeza de que o outro estará ao nosso lado com verdade, porque, infelizmente, uma ou outra hora, alguém que muito amamos irá nos desapontar – e isso dói.

Hoje, valoriza-se excessivamente o tanto que se compra e se gasta, o quanto se é popular e conhecido, ou seja, quais benefícios o outro tem a oferecer. Vale muito mais uma companhia que possua carro zero, que frequente locais descolados, que conheça a nata da sociedade, do que alguém que ofereça amizade sincera e afetividade incondicional. Nesse contexto, em sua grande maioria, a lealdade caminha até onde os benefícios materiais possam alcançar.

Por isso é que se tornaram comuns casamentos por conveniência, amizades interesseiras, favores escusos, rareando, pouco a pouco, relacionamentos duradouros e fortalecidos em amor real e recíproco. A muitos, não há razão alguma em manter por perto pessoas que nada oferecem em termos materiais, que não são conhecidas, que nada mais são do que aquilo que possuem dentro de si. Simplesmente porque pessoas fúteis não conseguem enxergar nada além das aparências.

Infelizmente, demoramos a perceber quem se aproxima por mero interesse, visando tão somente a se aproveitar do que possamos ofertar – nossa carona, algumas roupas emprestadas, um lugar confortável onde passar algumas horas -, nem se importando com o que temos para ensinar, com o que temos para doar em termos afetivos. E serão essas pessoas que nos deixarão na mão quando mais precisarmos, indo embora assim que as benesses terminarem.

Na verdade, não deveremos nos importar demais com as decepções que teremos com essas pessoas, sabendo que não estaremos perdendo nada quando nos virmos sem a companhia delas. É como se a vida se encarregasse, por si mesma, a nos livrar de quem se encostou sem verdade. Estarmos tranquilos com nossa consciência, enquanto oferecemos muito além de itens compráveis a quem chega junto, acabará por nos tornar a cada dia mais felizes, pois somente ficará conosco quem vem para somar, compartilhar, dividir e amar sem falsidade.

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar".

Share
Published by
Marcel Camargo

Recent Posts

Esse filme de romance da Netflix é a dose leve e reconfortante que seu fim de ano precisa

Se você é fã de histórias apaixonantes e da fórmula que consagrou Nicholas Sparks como…

2 dias ago

Na Netflix: Romance mais comentado de 2024 conquista corações com delicadeza e originalidade

Se você está à procura de um filme que mistura sensibilidade, poesia e uma boa…

4 dias ago

Pessoas que foram mimadas na infância: as 7 características mais comuns na vida adulta

Uma infância marcada por mimos excessivos pode deixar marcas duradouras na personalidade de um adulto.…

6 dias ago

“Gênios”: Saiba quais são as 4 manias que revelam as pessoas com altas habilidades

Alguns hábitos podem parecer apenas peculiaridades do cotidiano, mas segundo estudos psicológicos e pesquisas científicas…

6 dias ago

As 3 idades em que o envelhecimento do cérebro se acelera, segundo a ciência

O envelhecimento é um processo inevitável, mas não linear. Recentemente, cientistas do Primeiro Hospital Afiliado…

1 semana ago

Desapegue: 10 coisas para retirar da sua casa antes de 31 de dezembro

Fim de ano é sinônimo de renovacão. Enquanto muitos fazem balanços pessoais, é também um…

1 semana ago