Imagem de capa: Bellissimo Pictures, Shutterstock
Eu estava levemente distraída quando a vi. O sol refletia em seu cabelo e o sorriso era o mais lindo do mundo. Ela dava as mãos para outra moça, conversando em silêncio segredos que eu não entendia. Fiquei parada, olhando a cena. A moça me viu olhando e riu para mim, fazendo meu coração parar por um momento. Caminhou em minha direção, estendeu a mão e se apresentou, calorosamente. Era minha nova vizinha. Ela e a esposa. A moça bonita, de sorriso perfeito iria passar a morar do ladinho de mim.
Nos víamos todos os dias. Ela me sorria todo dia. A vida foi passando e o sorriso da vizinha foi minguando. Um dia, encontrei-a chorando na porta de casa. Um rio de lágrimas pretas sujava seu rosto bonito. Ofereci um café e ela aceitou de bom grado. Ajudei-a a se levantar, ela me estendeu um braço e entramos em minha casa.
— Meu casamento acabou. — disse a vizinha, entre um gole de café e outro soluço.
Senti pena da dor da moça, mas meu ego sorria sem querer. A sensação era agridoce, sabe? Um pesar pelo fim, uma esperança pelas futuras possibilidades. Ela me narrou o relacionamento e contou das suas desconfianças, secou suas lágrimas na minha tolha de mesa e me agradeceu o café e a companhia. Perguntou se poderia vir novamente e eu, lógico, assenti.
Todos os dias eu a ouvia falar sobre a esposa. Todos os dias ela chorava, mas cada dia chorava menos. Estávamos nos tornando boas amigas, cúmplices até. O choro, gradualmente, transformou-se em riso e o riso logo se transformou em gostosas gargalhadas. A vizinha era mais feliz do lado de cá da porta.
Um dia, ouvi o fim. A esposa saiu gritando e batendo portas, acordando a vizinhança inteira. Minha vizinha estava aos prantos, corada de vergonha e querendo um lugar para se esconder. Eu a puxei para dentro de casa, fiz um chá para se acalmar. Ela aliviou a alma, despindo todo seu sentimento pela ex-mulher. Os palavrões não combinavam com ela, porque ela nunca os dizia. Eu comentei sobre isso e ela riu. Gargalhou. Era uma nova mulher.
A vizinha dos meus sonhos era uma nova mulher. E eu rezava, todos os dias, para que essa mulher, um dia, fosse minha.
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