Imagem de capa: Leszek Glasner, Shutterstock
Certamente alguma vez você já conheceu pessoas que, após uma discussão, não reconhecem onde erraram e soltam aquela famosa frase: “é que eu sou assim, tenho gênio forte”. No entanto, ter “gênio forte” não pode ser uma forma de justificar os erros, as más maneiras e a teimosia sem limites.
Ou talvez você, em algum momento da sua vida, percebeu que estava pronunciando essas palavras. “Ter gênio forte” não é uma coisa ruim; o prejudicial ou menos saudável é usá-lo como justificativa para explosões de raiva, para os gritos e as más palavras dirigidas à outra pessoa.
Mas o que é ter gênio forte? Muitas vezes tendemos a associar esta qualidade às pessoas que se alteram facilmente ou que, quando discutem, pensam que se levantarem a voz vão conseguir acabar com o conflito, fazendo a outra pessoa se sentir inferior. Também erroneamente se considera com gênio forte aquelas pessoas que não querem ouvir; que passam de uma guerra a outra quando podiam ter evitado muito sofrimento se tivessem filtrado a informação que chegava até elas do exterior em vez de ignorá-la.
O que é o gênio forte?
Também confundimos o gênio forte com aquelas pessoas que dogmatizam com argumentos absolutos. Pessoas que não dão lugar ao diálogo nem à negociação. Provavelmente porque é o que viram dentro de casa ou porque essa foi a forma como conseguiram sobreviver em outros meios.
Elas pensam que se engrandecendo conseguem diminuir o outro (quando o outro se permite ser diminuído… porque também há pessoas que não mudam de estatura). Portanto, poderíamos confundir o gênio forte com esses traços narcisistas.
O gênio forte é um conceito, portanto, sujeito a muita confusão, pelo menos na linguagem popular. No final das contas, são apenas palavras que utilizamos para nomear algo que existe e que tem um padrão que se repete.
As pessoas com gênio forte são pessoas íntegras
Pois bem, as pessoas que “têm gênio forte”, longe do que possa parecer, são pessoas assertivas. Elas contam com limites bem definidos através dos quais se protegem contra a manipulação e o dano voluntário que outras pessoas possam tentar inflingir a elas.
Alguém com gênio forte está longe de ser alguém agressivo, que busca intimidar com sua voz e seus argumentos absolutos. Ter gênio forte implica ser uma pessoa íntegra, que respeita e se faz respeitar. Que não abaixa a cabeça perante outra pessoa por medo, mas que também não tem receio em reconhecer as dúvidas quando elas aparecem: sabe reconhecer a razão quando é o outro que a tem.
Essas pessoas não mudam de estatura. Elas não são diminuídas diante das chantagens e das manipulações dos outros, nem tentam se engrandecer para intimidar e conseguir ser vistas e respeitadas. O gênio forte tem mais a ver com a congruência entre o que a pessoa pensa e faz.
Reconhecer nossas próprias incongruências sem projetá-las no outro
Talvez você já tenha conhecido pessoas que se gabam com uma veemência assombrosa de serem independentes e de não deixarem que “nenhum homem/mulher” pise nelas, mas que na primeira mudança estão abaixando a cabeça e fazendo o que os outros desejam. Elas cruzaram sua linha vermelha.
Em muitas ocasiões, essas pessoas serão as que irão criticar duramente os que fizerem o que elas fizeram. “Você deixou que pisassem em você, e você deve ser uma mulher independente. Você é muito fraca. Se deixa manipular na primeira mudança. Assim qualquer um se aproveita de você. Exija respeito!”
Depois, essas pessoas são incapazes de reconhecer que elas também ultrapassaram sua linha vermelha. A diferença entre umas e outras é que as primeiras se gabavam ferozmente por serem de uma maneira diferente do que descrevem com sua forma de agir.
Não se pode aprender com um erro que não se reconhece
Determinados erros têm consequências importantes, mas não assumi-los ou reconhecê-los diz mais sobre a pessoa do que o próprio erro. Não há nada de errado em descobrir que nós estamos falhando ou perceber que estamos fazendo coisas que não eram as que pensávamos que podíamos fazer.
Nós somos humanos. Aprendemos enquanto caminhamos. As experiências nos dão a oportunidade de conhecer e de nos conhecermos. Experimentar é algo lógico e saudável. Saber se perdoar, mas não esquecer que é a congruência entre o que pensamos e o que fazemos que irá nos dar a sensação de paz interna que tanto buscamos.
O nocivo e prejudicial é viver sob a bandeira da incongruência. Sob uma cegueira imposta por nós mesmos perante a realidade. Reconhecer nossos erros e poder tomar consciência deles no futuro irá nos ajudar a ser como as pessoas íntegras das quais falamos anteriormente.
Portanto… você se anima a buscar essa integridade e esse gênio forte (saudável para a sua pessoa e para a sua relação com os outros) que você também pode manter em si?
Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa
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