Jéssica Pellegrini

Por amor, a gente fica. Por amar, a gente casa.

Imagem de capa: Dmitry Sheremeta, Shutterstock

Não se atreva a ir embora…
A saudade é uma declaração de amor.

Você me olha, profundamente, e diz que não pode mais ficar. Com o coração apertado, o relógio aponta a hora de ir embora. Eu dou um sorriso disfarçado, tentando conter as lágrimas da saudade, mas deixo escapar um suspiro frustrado. A sua atenção fica voltada à mim, as suas mãos correm no meu rosto como uma forma de me confortar e controlar as minhas espontâneas expressões de tristeza. Quem desaba a chorar, é você. Seguido de um abraço apertado, daqueles que o mundo poderia acabar que eu ainda me sentiria em segurança. Tudo passa muito rápido ao seu lado. Eu tento te enrolar o máximo que eu conseguir e, confesso, não suporto a ideia de ficarmos longe, nem sabendo que daqui a pouco já nos encontraremos, de novo. Todo minuto é chato sem você. E isso não tem, absolutamente, nada a ver com carência. Muito pelo contrário, a vida torna-se monótona sem você por perto.

Me despedir de você é doloroso demais. É redundante a sua falta, latejante o espaço vazio que agora ficou. Procuro o seu perfume nos mínimos detalhes, e guardo o travesseiro para martirizar o meu aperto antes de dormir. Talvez eu seja, mesmo, masoquista sentimental. Abstinência do seu sorriso e da felicidade que apenas a sua presença é capaz de me proporcionar. Eu sigo atrás de coisas que me façam te sentir aqui comigo. Torço para você ter esquecido qualquer objeto que te faça voltar antes do previsto. Ou me peça para largar tudo e ir correndo te entregar. Você se preocupa com o meu desespero. Diz que vai voltar voando, e eu te respondo com aquele olhar, de quem prefere que você se atrase, mas chegue bem. Sem precisar correr. Sabe, é que te ver saindo sem saber quando vai voltar, me aperta o coração. O fato de você não estar presente, alimenta ainda mais uma vontade inacabável de ficar com você. Não estou querendo colocar todo o peso em cima de você, toda a responsabilidade em você. Estou apenas tentando te fazer entender que sem você, eu não sou.

Ainda com o gosto do seu beijo na minha boca, eu acabei de planejar tudo. Vamos nos casar ao pôr-do-sol, deitar beira mar ao anoitecer e escolheremos uma estrela para eternizar aquele momento único e especial. Vamos dançar aos quatro cantos de onde estivermos, porque a nossa alegria é contagiante. Teremos um ou dois filhos e animais de estimações com nomes de comidas. Seremos o maior casal de corujas que existe. Viajaremos o mundo inteiro, sempre com leveza e sabedoria. A nossa bagagem será enorme, repleta de experiências e recordações. Mas acredite, meu amor, nada será melhor do que estarmos na nossa casa.

Eu quero você, quero nós, uma cama bagunçada e o nosso cheiro nos lençóis. Eu quero passar noites em claro fazendo sexo com você, mas também, quero que saiba que estarei acordada quando você, simplesmente, precisar de mim. Eu vou te cuidar, sem nunca reclamar. Eu quero te ver bagunçando tudo o que estiver pela frente, e sair atrás de você colocando tudo no lugar. Eu quero o seu bom dia, ao pé do ouvido, quando amanhecer. Eu quero estar com você quando as dores da alma forem insuportáveis, porque eu sei que uma palavra sua mudará todo o contexto. O seu toque me acalma.

Aliança e papel passado. Eu quero dormir de conchinha com você e, ao mesmo tempo, deixar rolar aquela mão boba no seu corpo. Quero a melodia da sua voz, repetitivamente. Te dizer, em todas as oportunidades, que eu sou louca por você. O quanto sou apaixonada. Quero te mostrar que, por você, estou disposta a correr todos os riscos. Te fazer pegar no sono com um cafuné, seguido de um beijo na testa. Eu quero crescer com você. O sonho de construir uma família, te dar o meu sobrenome, te cuidar e te fazer, imensuravelmente, feliz. Eu quero me casar com você. Não por clichê ou ordem cronológica dos fatos, mas principalmente, porque quando se ama alguém como eu te amo, juntar as escovas de dentes é a única coisa a se fazer.

Não é qualquer pessoa. É você.

Eu te amo.

Jéssica Pellegrini

Nunca confie em uma escritora confusa e romântica. As controversas entre um texto de amor e outro de desilusão, podem causar questionamentos pessoais. Consequentemente, sequelas mais graves.

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Jéssica Pellegrini

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