Ana Macarini

O gato, miau. O cachorro, au au. E a cobra… “Oi amiga!”

Imagem de capa: Dean Drobot, Shutterstock

Alguns relacionamentos nascem de forma completamente instantânea. São aquelas pessoas que cruzam nosso caminho num ângulo qualquer, mas acertam o nosso coração bem no meio da nossa capacidade de sentir afeto, desarmar barreiras e confiar.

E o problema com essa relação afetiva que estoura feito pipoca, é que o recém-conhecido que era desconhecido até um minuto atrás, não tem uma estrela na testa. Nem estrela, nem asteroide com poderes de causar a destruição de um planeta.

A gente reage, movido pela aura de afinidade aparente; encorajado por coincidências de gosto que parecem surgir num passe de mágica. Aquele estranho, ali na nossa frente, parece ter sido enviado por um anjo de bom humor e, ao que parece, sem nada melhor para fazer no momento.

O mundo está coalhado de gente “iluminada”, pessoas de riso fácil, cheias de carisma e magnetismo. E não é nada difícil acabarmos bancando a mariposa que, hipnotizada pela atração da luz, acaba sem rumo e sem asas.

Amigos fiéis, daqueles que a gente pode contar até debaixo d´água, ou em longos períodos de seca, são coisas raras. Esse monte de companheiros de festa que a gente junta por aí, não pode carregar, nem tampouco merecer, toda essa expectativa.

E, verdade seja dita, nem a gente é capaz de ser melhor amigo de todos aqueles que compõem os nossos círculos de amizade. E tudo bem! A vida não é mesmo feita só de relações profundas. Há lugar de sobra para encontros leves e sem compromisso.

No entanto, cabe sempre observar… Gente falsa é nociva em qualquer esfera; causa estrago, independente do grau de intimidade.

A vida nos dá de presente inúmeras oportunidades de aprender uma valiosa lição: nunca se deve oferecer espaço para esse tipo de pessoa que adula demais, que vive distribuindo elogios rasgados e afagos melados além da conta.

Essa simpatia exagerada não combina com o que é possível numa relação de fato e de verdade. Amigos do peito não são ursinhos de pelúcia treinados para dizer “eu te amo”. Amigos de verdade dizem coisas difíceis, perdem a paciência, respeitam o nosso espaço e esperam que a gente respeite o deles.

Por isso, pense bem… porque os gatos, quando não gostam de alguém, eriçam os pelos e podem até causar alguns arranhões. Os cães, quando não vão com a sua cara, rosnam, mostram os dentes, e podem até morder pra valer. Mas as cobras… essas que andam sobre duas pernas… essas não dão pista, nem demonstram claramente o que pensam ou sentem. E quando menos você espera… já tomou um bote!

Ana Macarini

"Ana Macarini é Psicopedagoga e Mestre em Disfunções de Leitura e Escrita. Acredita que todas as palavras têm vida e, exatamente por isso, possuem a capacidade mágica de serem ressignificadas a partir dos olhos de quem as lê!"

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