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Por Isabela Nicastro – Sem Travas na Língua
Em tempos de descaso, importe-se. Diante de tanto ódio, ame. Depois de uma discussão, abrace. Mande mensagem no dia seguinte. Envie aquela música que te lembra o outro. Chore em algum ombro. Seque as lágrimas chorando de rir. Esteja lá quando te ligarem pedindo ajuda. Dê bom dia no elevador. Faça yoga, mas não se esqueça de cumprimentar o porteiro. Ame. Beije. Importe-se. Sinta.
Em terra de desapego, o afeto é revolucionário. Quem ama, protesta. De uma forma sutil, delicada e poucas vezes reconhecida. Demonstrar é nadar contra a corrente. É preciso força, disposição e, mais do que isso, paciência. Nem sempre vai dar certo e quase nunca irão reconhecer. Por isso, não espere nada em troca. Abandone as expectativas e abra mão do reconhecimento. Faça por você mesmo, faça pelo outro, mas não espere que façam o mesmo por você.
Não desista. Quem foge do padrão, vira alvo. De intolerância, de incompreensão e, sobretudo, de descrédito. Você será o trouxa, o louco, o “fora da casinha”. “Quem, em tempos atuais, ainda acredita? Ainda sonha? Ainda se importa?” Mantenha-se firme. As desilusões serão constantes. E aí, curta a bad quando ela aparecer. Afinal, por mais dolorosa que ela seja, é sinal de que você se afeta pelas coisas e que elas te afetam de algum jeito.
Seja um militante, mesmo que não frequente protestos. Lute pelo direito de se importar. Não precisa fazer barulho para que seja ouvido, no entanto, mesmo em silêncio, ame. Reconheça a nobreza dos pequenos gestos e os inclua em sua rotina. Esqueça as regras e os manuais do que fazer e de como agir. Siga o seu coração, ele lhe indicará o caminho.
O mais importante: não tome esse texto como regra. Se não lhe cabe, não faça. Nada aqui é imposto, pelo contrário, a única imposição é que você seja livre. Para amar, para se importar, para se doar. Livre para ser você, do seu jeitinho esquisito e único. Só lhe peço para continuar, mesmo diante de tanto obstáculo. O afeto é o seu bem mais precioso, então, não desista dele.
Fonte indicada: Sem Travas na Língua
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