Imagem de capa: andreiuc88, Shutterstock
Quantas vezes nos agarramos a pedaços vazios da nossa história, vivemos com migalhas de amor, mendigando um pouco de afeto. Quanto tempo passa por nós até que consigamos reconhecer que não vale a pena ficar à margem da estrada insistindo em algo que já deixou de ser.
É preciso deixar ir. Deixe ir os sapatos que não usa mais, os vestidos que saíram de moda, os jeans que não servem mais. Deixe ir os amores que não acrescentam, as dores que só afligem a alma. Deixar ir é um ato de amor próprio. Não significa desistir e mostrar-se fraco, pelo contrário, quando você permite que o que não serve mais se vá, mesmo querendo a todo custo o contrário, você demonstra toda a força que tem.
Você poderia viver anos a fio deixando a cegueira seletiva tomar conta da sua história, fingir que a inteireza comanda a sua vida e tendo tudo que precisa sem libertar nada. Poderia ser assim, mas quando você escolhe deixar ir, você se liberta, é como se você estivesse de braços abertos no alto de uma montanha se preparando para voar! Então, o que te impede de voar? O que impede que você se permita ser feliz? Infelizmente muitas vezes, na maioria delas na verdade, o nosso maior impedimento para sermos quem somos é o nosso próprio eu.
Morremos de medo da felicidade, o ego que cobre com um véu nossa visão mais elevada morre de medo de ser esquecido e nos coloca em situações desconfortáveis de infelicidade e sofrimento, só assim ele se mantém vivo, bem vivo, nos fazendo vítimas aprisionadas aos nossos próprios pés.
Então, por isso é preciso deixar ir. Quando você deixa livre tudo que te cerca e move, automaticamente o que é seu chega até você, porque as situações vão tomando forma e o desapego a tudo que não lhe serve mais é a fórmula mais fácil e eficaz de alcançar uma felicidade genuína.
Não é fácil se desapegar da nossa história, dos nossos devaneios, das nossas crenças e criações, afinal tudo é desenvolvido com tanto carinho, ficamos querendo viver essa ilusão que criamos e nos apegamos. Desapegar, apesar de tornar a vida muito mais fácil, a princípio parece ser um ato egoísta, e ninguém quer parecer egoísta. Essa falsa crença nos leva a viver anos na mesma situação, apenas para poupar nosso ego de ser egocêntrico. Na verdade o desapego é altruísta e eleva a vibração do amor. A consciência de que tudo está como deve ser, de que nada acontece sem uma formulação celestial em comum acordo com a sua vontade oculta.
Ouvir sua intenção, aquela que está dentro do seu coração, é essencial para entender que a sua vontade está acontecendo, mesmo que pareça que não. Para que tudo aconteça conforme seu desejo você precisa estar em alinhamento total de sentimentos, pensamentos e ações.
Se você deseja algo, mas lá no fundo não sente que isso possa ser real, você não está alinhado. A nossa intuição fala o tempo todo, mas o ego tapa os ouvidos para que a gente não escute o que precisa ser resolvido, e assim acumulamos esses sentimentos de vazio, medo, angústia, apego, e ainda ficamos totalmente dependentes desses sentimentos e emoções que nada acrescentam. Por isso, é preciso treinar os ouvidos do coração. É deixar ir o que já anunciou em letras garrafais e luminosas a sua hora de partir.
Desapegue-se do amor que partiu seu coração em mil pedaços, aprenda algo com essa história e depois deixe que ela se vá. Deixe ir aquela mágoa com a sua amiga que não soube entender o seu momento e não foi nada empática com a sua história. Solte aquela cordinha que você mantém amarrando essa história, que só você insiste em querer viver, mas que já dá sinal de low battery há muito tempo e não rende mais nada.
Quando chega a hora de ir, ninguém segura ninguém, nada se prende, nada se sustenta, porque a vida é inconstância e ela precisa fluir. E não há nada mais lindo do que ver o rio correndo, fluindo, contornando as pedras, sem se prender as árvores, deixando tudo que o toca livre para ser como deve ser. Não há maneira mais linda de fluir do que deixar ir.
Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa
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