Ana Macarini

Há quem queira nos roubar a luz por ter medo da própria escuridão!

Imagem de capa: lassedesignen, Shutterstock

Ao contrário do que possa parecer, ter um propósito de vida não é para qualquer um. É preciso coragem para mirar alguma coisa ainda intangível e despender todos os esforços num processo de longo prazo para alcançá-la.

Haverá obstáculos, incertezas, desafios. Mais incertezas, e obstáculos, e desafios. Haverá o risco de não dar em nada. Haverá o risco do plano se concretizar e a gente chegar à conclusão que não era bem isso que queria.

Haverá aqueles que privarão da nossa convivência e não torcerão por nós, posto que se habituaram a toda uma existência perseguindo a própria sombra, igual aqueles cachorrinhos que correm atrás do próprio rabo.

Ou pior! Haverá quem desperdice sua própria história a cobiçar a nossa. Alguns desses, inclusive, desenvolvem uma espécie de obsessão pelo que é nosso. E tanto faz o que seja, se a gente tem, quer ter também, se a gente faz, quer fazer também.

São dublês da vida real, só que sem correr riscos. Esperam que a gente tente, experimente e se arrisque. Ficam sentadinhos assistindo o desenrolar das nossas aventuras e desventuras. E só desejam para si o que deu certo, o que vingou, o que gerou lucro, notoriedade e sucesso.

São os puxadores de tapete profissionais que, por medo, insegurança ou incompetência, roubam ideias, planos e sonhos dos mais desavisados.

São fracos de caráter e,exatamente por isso, usam da força ou de engenhosas artimanhas para subtrair daqueles que não temem os desafios, suas conquistas.

A boa notícia é que, como se diz por aí “ninguém engana todo mundo por muito tempo”. Até porque, de nada adianta roubar projetos alheios e não ter competência para mantê-los de pé.

A má notícia é que às vezes a gente leva algum tempo para sacar que o outro tem planos escusos a nosso respeito. Às vezes a gente custa a crer que pode haver péssimas intenções por trás de uma suposta amizade. Às vezes, o outro tenta roubar a nossa luz, por ter medo da própria escuridão.

O fato é que “lugares escuros” temos todos nós. E isso já é o bastante para nos deixar espertos acerca de nossas possibilidades e limitações.

Sendo assim, só posso desejar que esses vampiros de energia criativa, amorosa e produtiva tratem de aprender a dar conta de seus próprios buracos. E, se não for pedir demais, que desapareçam dentro deles.

Ana Macarini

"Ana Macarini é Psicopedagoga e Mestre em Disfunções de Leitura e Escrita. Acredita que todas as palavras têm vida e, exatamente por isso, possuem a capacidade mágica de serem ressignificadas a partir dos olhos de quem as lê!"

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