Imagem de capa: KieferPix, Shutterstock
Oi, meu amor!
Me desculpa por te chamar assim e começar a te escrever dessa forma um pouco intimista, mas é que eu ainda não me acostumei com a nossa despedida.
Como uma necessidade pessoal, você precisa saber que esse tempo que passamos longe, me fez ter a certeza de que nenhuma companhia vai ser igual a sua. Que nenhum toque ou carinho, vai ser mais acolhedor do que o seu. Que nenhum cuidado ou proteção, vai me fazer perder o sono, quando o que mais me preocupava, era com os seus sorrisos bobos, diante de uma simples surpresa de alguém perdidamente apaixonada por você.
Você não deve mais se lembrar, mas não importa, estou recordando isso agora, mesmo sem nunca ter esquecido. Com todo esse amor que transborda pelos meus olhos, eu posso te pedir um favor? Nunca, nunca se esqueça que eu fiz tudo o que eu podia, e que eu tentei de todas as formas que as nossas mãos continuassem entrelaçadas, mesmo quando, por uma birra qualquer, você reclamava dos meus dedos gelados na sua pele quente.
Eu quis tanto ser a sua paz, quis tanto que você fosse o meu ponto de partida, sem um destino final. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Eu sempre tive urgências, sem aceitar os atrasos. Você compreende toda essa intensidade? Eu não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que eu tinha, era seu. Tudo o que eu tinha, era seu. Tudo. E você sabe disso.
Você é uma daquelas pessoas que o mundo não merece. E eu sinto muito, por não poder te proteger dessas tragédias que estão acontecendo quando abrimos a janela, e olhamos para fora. É triste observar o quanto está faltando amor, e sobrando ferimentos.
Você foi a chuva que eu me protegi para não cair um pingo de água, a canção que me fez desligar o rádio, a minha mudança para o outro lado da calçada com receio de tropeçar, o livro que eu não terminei de ler por não suportar virar a última página. Você foi o muro que eu subi e não tive coragem de passar para o outro lado, você foi a história que me encheu de orgulho e eu contava antes de pegar no sono, o metrô em que cheguei atrasada por cinco segundos e perdi. Você foi a luz acesa, por eu não aceitar ficar no escuro. Você foi o copo que eu neguei, por não querer perder a lucidez. Você foi o meu maior medo, quando me disseram que eu deveria me cuidar sozinha. Você me virou do avesso e me fez ser várias, sempre colhendo o melhor que existia em mim. Você me obrigou a aprender o que, por instinto, evitamos, e que às vezes, é o que mais nos ensina: a indescritível dor e a falta de alguém.
Eu prometo te carregar por onde quer que a vida me levar, que o meu coração sempre será seu, e eu estarei com você mesmo que a luz no fim do túnel se apague, mesmo que o sol não desvie das montanhas, mesmo que me custe a alma. Você acontece sem esforço algum.
Eu te amo. E mesmo quando as coisas ficarem difíceis, é só você fechar os olhos e relembrar do que nos trouxe até aqui: o amor incondicional, infinito, eterno e para sempre. É o que continuo sentindo por você.
Chorando, eu encerro essa carta de amor.
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Estou chorando por tuas palavras serem tão minhas... obrigada pelo texto!
Como assim tem um parágrafo todo de um poema de Caio Fernando de Abreu e ele tá no texto como se fosse dessa autora?!?! Que coisa mais feia!!! Fico impressionada com a cara de pau de certos 'autores' (se é que pode chamar assim quem se apropria de textos alheios).