Imagem de capa: Balonny/shutterstock
Cada pessoa tem seu próprio dom, ainda que não consigamos identificá-lo. Muitas vezes, ao examinar com atenção nossa própria história de vida, percebemos que nossas feridas podem se converter em dons, desde que possamos percebê-las assim. Elas aparecem quando nossa sensibilidade é ferida, e algumas pessoas mostram-se mais sensíveis do que a maioria, sentindo as dores emocionais com mais intensidade.
Assim, podemos perceber que há vários dons diferentes entre nós, há quem sabe escutar, quem gosta de tomar a iniciativa, quem gosta de liderar, quem é criativo, quem é perseverante, quem tem o dom do humor etc. E há quem sente de maneira excepcional, que são as Pessoas Altamente Sensíveis, ou PAS.
Também chamadas de introvertidas, essas pessoas podem se revoltar contra a própria natureza, considerando-a mais uma maldição do que uma virtude. Afinal, nossa sociedade valoriza o extrovertido, o despojado, o chamativo. Quem fala mais alto geralmente consegue o que quer em um mundo barulhento, em que vale a lei do “mais forte”.
As pessoas muito sensíveis podem se sentir acuadas e fracas, achando que deveriam ser “mais isso ou aquilo” para poder se enturmar, se relacionar com os outros e ter sucesso na vida.
Mas quem é muito sensível geralmente é mais empático, intuitivo e tem grande capacidade de compaixão, entre várias outras características. Se você for assim, não precisa se esconder ou tentar ser alguém que não é.
“Ser vulnerável não tem que dar medo. Temos que ter a coragem de ser sinceros, abertos e honestos. Isso cria a oportunidade de uma relação mais profunda. Cria força pessoal e o tipo de conexões com os outros que buscamos na vida. Falar a partir do coração nos libera dos segredos que nos oprimem. São os segredos que nos adoecem e nos tornam medrosos. Dizer a verdade ajudará você a obter clareza sobre a autêntica direção do seu coração”.
Sara Paddison
Ser altamente sensível pode não ser fácil, mas lembremos que a vida de ninguém é. A hiper-sensibilidade tem seu poder e beleza.
Você pode viver em sintonia com o resto do mundo. Pode encontrar pessoas tão ou mais sensíveis do que você e também aprender a se relacionar melhor consigo e com os outros, mesmo com pessoas menos sensíveis que você. Conheça abaixo algumas características das pessoas PAS e veja se pode se identificar com algumas ou com todas elas:
Além de contarem com um raciocínio afiado, as pessoas altamente sensíveis contam com uma intuição bem desenvolvida. Assim, podem perceber o que se passa ao seu redor, ainda que não haja um motivo lógico para o que percebem.
Por exemplo, ao entrar em contato com outra pessoa ou grupos de pessoas, podem pressentir com facilidade qual o estado de ânimo no ambiente ou que tipo de conversa estava se realizando logo antes de chegar ao local.
Esse tipo de pessoa é realmente perspicaz, podendo perceber o que a maioria não pode. Por exemplo, podem “sentir” quando alguém está mentindo ou escondendo algo. Além disso, podem encontrar a beleza em lugares inesperados, e apreciar pequenos gestos de bondade e gentileza, que poderiam passar desapercebidos. Em resumo, se há uma característica que define as pessoas hiper-sensíveis é sua percepção de tudo aquilo que parece sutil demais para os outros.
Sua conexão emocional com os outros é extraordinária, pois demonstram grande habilidade na hora de estabelecer esse tipo de relação com os demais. Para compreender isso, podemos recorrer às palavras de Peter F. Druncker: “Os verdadeiros ouvintes empáticos podem ouvir até o que se diz em silêncio. O mais importante na comunicação é ouvir o que não se está dizendo”.
Transmitem e captam as emoções de maneira verdadeiramente mágica. Geralmente, as trocas emocionais se realizam de maneira sutil; assim, sua intensidade é, às vezes, praticamente imperceptível. Entretanto, as pessoas altamente sensíveis têm uma grande capacidade de captar as sensações e emoções do ambiente em que se encontram, de maneira mais intensa que os demais.
Isso pode parecer algo muito agradável, mas nem sempre. Imagine por exemplo, uma criança (as crianças já são, por natureza, mais sensíveis do que os adultos) que tenha sensibilidade elevada e que viva em um ambiente em que há um excesso de emoções negativas como preocupação, tristeza, raiva etc. Ela se deixará influenciar e absorverá, como uma esponja, as emoções dos adultos ao seu redor. O que pode inclusive prejudicar a saúde do seu corpo, seu aprendizado e desenvolvimento emocional.
Dada a natureza de sua sensibilidade, essas pessoas são capazes de utilizar com graça e elegância seus recursos na hora de descrever experiências e momentos emocionalmente intensos em sua vida. Isso faz com que muitas pessoas se identifiquem com o que estão comunicando. É comum que a maioria de nós não consiga expressar bem como se sente, através de palavras ou de outro meio de comunicação.
Geralmente, estar só é algo visto como desagradável, pois todos nós temos medo da solidão. Entretanto, precisamos de momentos a sós para nos conectarmos com nosso eu interior, para rezar, meditar, contemplar nossos desafios na vida e buscar soluções, longe do barulho exterior.
Quem tem a sensibilidade elevada sabe disso mais do que ninguém e procura oportunidades de ficar só consigo. São pessoas que gostam, por exemplo, de viajar sozinhas ou de ter um período só seu durante o dia, para se conectar com suas emoções. Essas pessoas muitas vezes são conhecidas como introvertidas, pois ao invés de se voltarem para o exterior buscam no seu interior.
Pessoas altamente sensíveis geralmente têm muito amor disponível, e podem canalizá-lo para trabalhos humanitários e voluntários. O seu objetivo é fazer do mundo um melhor lugar para todos, facilitando a vida dos demais. A única advertência é que não se deve esquecer de si para ajudar os outros.
Suas emoções vivem à flor da pele, e podem ser acionadas rapidamente ante acontecimentos, pessoas ou coisas que suscitem emoção. Isso é saudável, mas é preciso prestar atenção para não se deixar mergulhar muito profundamente na tristeza (e ficar por lá), nem se embriagar pela euforia, deixando de prestar atenção a aspectos importantes da vida. Mas, de maneira geral, a liberação de emoções reprimidas faz bem para o corpo e para a alma.
Por essa razão, trabalham muito bem em equipe e conseguem realizar grande parte das metas e objetivos que possuem. Essas pessoas tendem a dar tudo de si aos projetos em que participam.
Fonte indicada: Melhor com Saúde
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