Imagem de capa: Roman Samborskyi, Shutterstock
Quase sempre é a mesma história: temos mais consciência do que os outros querem, das nossas obrigações e compromissos, do que daquilo que nós desejamos, e qual é o resultado disso? O desencanto. Sobrevivemos mais do que vivemos e, como consequência, perdemos os nossos sonhos e nos desconectamos de nós mesmos. Com os “deveres” e as “necessidades” fechamos o acesso a esse nível do nosso interior e nos esquecemos do amor próprio.
Quando alguém não se leva em conta e faz isso durante um tempo, ela acaba por acordar um dia pensando que sua vida está muito longe de ser a que queria. O conformismo de se dedicar ao que ia aparecendo, juntamente com o que os outros lhe exigiam, costuma pregar um truque: nos levar para um lugar em que nos sentimos estranhos.
“Não desperdice o tempo, porque é desse material que a vida é feita.”
-Benjamin Franklin-
A armadilha do conformismo
Muitos de nós somos bons exemplos desse grande déficit em relação ao nosso lado pessoal, que não é egoísta e que invadiu grande parte da nossa sociedade. Uma mudança progressiva que nos prejudica mais do que beneficia, mas que na maioria das vezes sabemos esconder (dos outros e de nós mesmos) através do conformismo.
A criatividade da infância e a paixão que nos move em nossa adolescência são perdidos no esquecimento, apagando a luz que nos fez brilhar nestes momentos. Basta olhar em volta e observar como as pessoas se dedicam a trabalhos que não amam, se conformam com seus relacionamentos e desperdiçam sonhos.
A ilusão desaparece porque nos conformamos e nosso crescimento para. A zona de conforto é agradável demais para suportar medos, frustrações e incertezas. Optamos pelo plano B: o simples, o fácil.
Não devemos persistir na ideia de pensar que é sempre melhor atender ao que há lá fora do que escutar o nosso interior, pois isso gera dependência da aceitação por parte dos outros.
Você não é egoísta, está cuidando de si mesmo
De vez em quando convém fazer um checkup emocional para saber como estamos. Perguntarmos como nos sentimos com a nossa vida em geral e com o nosso trabalho, nossas relações e o que fazemos em particular nos dão pistas sobre o nosso bem-estar.
Quando o resultado são sentimentos de decepção e desencanto, é muito provável que nos encontremos vivendo nossa vida como atores e atrizes secundários. O problema é que, mesmo sabendo que devemos dedicar mais tempo a nós mesmos, há uma pergunta que nos inquieta e nos congela: se fizermos isso, seremos egoístas?
Somos egoístas quando saímos para buscar aquilo de que precisamos e que nos faz bem? Permita-me dizer que não, você só está cuidando de si mesmo. O único amor que dura para sempre é o amor próprio, por isso, se você não se encarregar de mantê-lo, quem o fará? Não é conveniente se conformar com diminuições…
Ninguém é egoísta por acordar e dizer “não” e “chega”, muito menos por guardar minutos para si e não estar 100% disponível para as demandas dos que o rodeiam. Não há problema em decidir deixar de ser aquela pessoa que estava sempre disponível para todos, mas nunca para si mesma. Antes tarde do que nunca.
Invista no amor próprio
“A necessidade de aprovação dos outros equivale a dizer: ‘O que você pensa de mim é mais importante do que a opinião que tenho de mim mesmo.’”
-Wayne Dyer-
Você pode ter se tornado um especialista em saber em detalhes o que os seus pais, seu parceiro ou seus amigos querem de você, o problema é que você parou pouco ou nada para pensar no que você quer de verdade. Saber esta resposta é tão vital como respirar, pois afeta a sua autoestima e o seu bem-estar emocional.
Em resposta a isso, a melhor solução é investir no amor próprio. Leia abaixo como podemos acender a chama do amor próprio por nós mesmos.
– Considere-se uma pessoa valiosa. O seu valor transcende além de seus erros e fracassos. Você não é os seus resultados, mas sua capacidade de se recompor. O amor por você é muito importante.
– Esqueça a ideia de ter que agradar aos outros para estar bem. Essa prática pode chegar a te esgotar e, por fim, te destruir. Ninguém é egoísta por dizer o que pensa, contanto que faça isso com respeito e delimitando limites saudáveis para se proteger.
– Estabeleça suas prioridades. Para investir em si, você tem que conhecer quais são suas prioridades: a que ou quem você quer dedicar mais ou menos tempo para continuar construindo seus sonhos.
– Aproveite seus momentos. Um dia livre ou, finalmente, aquele fim de semana tão esperado. Aproveite o tempo ao máximo e deixe suas obrigações de lado. Você é o personagem principal de sua vida, não um ator secundário.
“Só se me sinto valioso por ser como sou, posso me aceitar, posso ser autêntico, posso ser verdadeiro.”
-Jorge Bucay-
Se você é alguém que está desconectado com seu interior, adianto que voltar a escutar o seu diálogo interno em níveis profundos é uma tarefa que vai levar tempo. Pense em todos os muros que você levantou, em todas as vezes que você se ignorou: ser capaz de escutar de novo essa linguagem não é uma habilidade que pode ser aperfeiçoada de uma hora para outra. No entanto, se você tiver paciência, irá conseguir, e posso dizer que o que você irá recuperar valerá muito a pena, tanto para você como para os que o rodeiam.
Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa
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Excelente artigo, estou amando o blog!