Imagem de capa: I_B, Shutterstock
E, assim, exaurimos nossas energias, canalizando nossas forças em direção ao que nem nos pertence mais, iludidos pelo apego que nos prende a muito do que já terminou e deveria estar enterrado.
Não é de hoje que perdemos tempos preciosos junto a pessoas vazias e a situações dispensáveis, uma vez que costumamos tentar forçar, muitas vezes, algo que já espanou, que já foi, já era. E, assim, exaurimos nossas energias, canalizando nossas forças em direção ao que nem nos pertence mais, iludidos pelo apego que nos prende a muito do que já terminou e deveria estar enterrado.
Por essa razão é que vamos mantendo por perto certas amizades que não nos trazem nem acrescentam nada de bom, aqueles amigos que mal se lembram de nós, que não nos cumprimentam mais em nosso aniversário, que nem devem manter nosso contato em sua agenda. Focamos o passado bom que tivemos com essas pessoas, esquecendo-nos de manter esse passado exatamente em seu lugar: lá atrás.
Por isso é que chegamos a nos humilhar repetidas vezes, tentando nos explicar a quem se magoou ou entendeu mal nossas palavras e/ou atitudes, implorando que as pessoas parem de ficar bravas conosco. E, mesmo quando temos a certeza de que foi o outro que entendeu tudo errado, não conseguimos lidar com a ideia de ter alguém magoado conosco e tomamos para nós um problema que nem é nosso, mas sim de quem interpretou como bem quis, muitas vezes com más intenções.
É assim que ninguém consegue entender o porquê de nos demorarmos junto a um parceiro que só nos traz sofrimento e lágrimas, e isso quando se lembra de olhar para o nosso lado. É assim que engolimos por meses, anos, por uma vida toda, palavras ásperas, mãos pesadas, comportamento canalha, desprezo, gelo, eco vazio, forçando um relacionamento fadado ao fracasso, selado, manchado, doloroso.
É preciso olhar-se mais, demorar-se mais em si mesmo, escutar as próprias palavras, as atitudes tomadas, fortalecendo, assim, a certeza de que tudo o que ofertamos não deve receber de volta mínimos, nem contrários, tampouco esmolas. O que somos é íntegro, é completo, é nosso bem mais precioso, e nada de fora poderá violar nossa essência, diminuindo-a, achatando-a, agredindo-a, fazendo-nos acreditar que merecemos menos.
Quem se ama o suficiente jamais se deixará machucar por conta de situações que não mais voltarão ou por pessoas que não deverão retornar nunca mais. Se quebrou de vez, então não tem mais conserto. Desse jeitinho.
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