Imagem de capa: Tanya Shatseva, Shutterstock
Uma das nossas maiores conquistas a nível pessoal é alcançar em algum momento da vida uma total autonomia emocional. É nesse momento que assumimos a total responsabilidade sobre nós mesmos sem dependências tóxicas, sem depender de qualquer pessoa para lutar com dignidade e equilíbrio e alcançar tudo o que desejamos e merecemos.
Não é fácil. A autonomia emocional é uma aspiração de crescimento pessoal que nem todos conseguem alcançar. Essa autonomia, definida como a capacidade de tomar decisões de acordo com sua própria vontade, tem muitos obstáculos, muros altos, e um exército de inimigos endurecidos pela batalha. A pressões externas e os nossos sabotadores internos restringem este objetivo o tempo todo.
“Se você não é capaz de me amar como eu mereço, é melhor que vá embora. Existirá quem seja capaz de apreciar o que eu sou.”
– Walter Riso –
Essa construção psicológica organiza, na verdade, muitas dinâmicas diárias que podem ser mais ou menos familiares. Cada pai, cada mãe, por exemplo, tenta desenvolver nos seus filhos uma autonomia emocional adequada. Um “saber fazer” com o qual eles podem se sentir muito mais competentes no momento de pensar, sentir e identificar os seus objetivos, assumindo as consequências dos mesmos.
Existe muita bibliografia falando sobre o tema da dependência emocional e dos relacionamentos onde um dos dois exerce o poder, enquanto o outro aceita e se cala por medo, por um amor cego ou mesmo pela pressão de uma determinada cultura. O outro lado da moeda é, portanto, um aspecto que não é tão falado como deveria em muitos dos nossos manuais de autoajuda: a autonomia emocional.
Neste artigo, propomos aprofundar o estudo desse aspecto fundamental da dependência emocional.
As misteriosas redes de controle e dominação
Devemos começar a refletir sobre o fato de que as pessoas que não conseguem se controlar são aquelas que mais exercem domínio sobre os outros. Essas pessoas não têm maturidade emocional e precisam controlar as pessoas que amam para reforçar a sua autoestima e validar o seu poder.
Como observamos no início, é muito complexo sair destas dinâmicas. Na maioria das vezes, existe uma âncora enterrada que nos mantém presos na dependência por certas figuras de autoridade, como os pais, as mães, os parceiros, etc. As redes de controle e dominação são as mais delicadas e as mais resistentes, porque se alimentam de um amor tempestuoso: esse amor que nos tira o ar, a vida, a luz.
A vida, por si mesma, nem sempre nos permite desfrutar de uma autonomia pessoal total e absoluta. No entanto, o que temos a nosso favor é a capacidade de decidir; onde a autonomia emocional atinge sua relevância máxima. No momento em que nós conseguimos desenvolver uma clareza mental adequada para recuperar a voz e a dignidade, seremos capazes de dizer o que queremos, quando queremos, o que não queremos e quem não queremos em nossas vidas.
Precisamos aprender a viver com as nossas próprias referências de poder.
Como alcançar a nossa autonomia emocional
Vivermos como estrategistas em autonomia emocional implica dominar tudo o que definimos como autossuficiência. Construa uma identidade forte para garantir a sua integridade, para tomar decisões e se responsabilizar pelas consequências dos seus atos. Mantenha uma atitude positiva perante a vida e faça dela uma viagem muito especial. Uma viagem para dentro de nós mesmos para nos conscientizarmos de todos os nossos aspectos, sejam positivos ou negativos.
“Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro, desperta.”
– Carl Gustav Jung –
Nós propomos começar esta viagem através dos seguintes passos:
As bases da autossuficiência
Se alguém escolhe as coisas para você, você não se sente capaz. Se alguém resolve os seus problemas, se você espera que o outro aprove as suas ideias, que lhe deem permissão, ou indiquem aonde deve ir ou não, você nunca desenvolverá uma autossuficiência adequada. Mesmo que duvide, hesite, tenha medo ou não se sinta capaz, faça e decida agir por si mesmo.
Um dos maiores inimigos da independência emocional é certamente a “autonomia comprometida”. São essas situações complexas construídas especialmente entre casais, onde ambos vivem em um autoengano muito destrutivo.
Podemos dizer “faça o que você quiser”, “decida o que você precisa”, “o que você disser está bem”, “saia hoje à noite com os seus amigos, se você quiser”, quando na verdade, esperamos justamente o oposto. Na verdade, são mandatos implícitos que precisamos saber gerenciar para que a autonomia emocional seja autêntica e completa nesse relacionamento.
A autonomia emocional também determina que nenhuma pessoa tem o direito de decidir por nós o que podemos fazer ou ter. “Você está bem onde está”, “Isso é bom para você, isso é o que o faz feliz e não essas bobagens que passam pela sua cabeça”.
Outro aspecto sobre o qual precisamos refletir é que muitos de nós sabemos muito bem quais são os componentes que formam a autonomia emocional: sabemos o que é a autoestima, a assertividade, a resiliência… No entanto, apesar disso, nos deparamos com múltiplos bloqueios emocionais.
Talvez devêssemos levar em conta o conselho que Erich Fromm nos deixou: “Atreva-se a ser livre”. Porque na maioria das vezes, só é necessário ousar, dar um passo adiante para nos transformamos no que realmente queremos.
Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa
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