Imagem de capa: Linda Moon, Shutterstock
A cada dia que passa eu me percebo menos perfeita, e esse sentimento, longe de me preocupar, me deixa orgulhosa e me permite ser muito mais livre: mais eu mesma Agora, posso caminhar mais leve, sem os pesos alheios, sem espinhos no coração e sem pedras no sapato que prejudicam o meu progresso, a minha caminhada cheia de harmonia e de múltiplas possibilidades.
Todas essas ideias estão resumidas em um termo que é muito atual: crescimento pessoal. A indústria editorial nos proporciona múltiplas abordagens, estratégias e habilidades para darmos o primeiro passo: nos propiciam um verdadeiro investimento em nós mesmos. Agora, para encontrar esses talentos escondidos, potencializá-los e olhar para o horizonte com a mente clara e o coração aceso, não é exatamente algo fácil.
“Para que preciso de pés se eu posso voar”.
– Frida Khalo –
Além disso, um aspecto que merece destaque, e que por sua vez o mercado editorial tem muito claro, é que o público que mais procura este tipo de leituras sobre o crescimento e desenvolvimento pessoal são mulheres. Elas procuram ultrapassar as fronteiras dos seus próprios contextos para crescer, e por sua vez, transformar as suas realidades e uma sociedade onde as mudanças continuam sendo muito lentas, e onde o homem ainda continua reinando na maioria das áreas.
Não é fácil. Vivemos em um mundo onde, curiosamente, o crescimento é um desafio importante em qualquer organização. Cada empresa é regida por uma lei fundamental: ou cresce ou perece. No entanto, a nível humano esta necessidade não é tão explícita. Porque às vezes “crescer” significa parar de ter medo de falar, se atrever a desafiar o estabelecido para demonstrar o quanto somos capazes. Um aspecto que o sexo feminino já está desenvolvendo “a passos largos”.
Vamos refletir sobre isso?
O crescimento pessoal também significa “ir além de nós mesmos”
A maioria dos nossos leitores certamente conhece a famosa pirâmide de necessidades de Abraham Maslow. Esta teoria enunciada em 1940 descrevia o conceito de autorrealização como o reflexo de uma pessoa que, aparentemente, tinha finalmente alcançado plenamente o seu desenvolvimento pessoal.
Mas, o que nem todos sabem, é que o próprio Abraham Maslow percebeu duas décadas depois que a sua teoria tinha muitas falhas. Havia algo errado. A busca pela autorrealização implica concentrar todos os nossos esforços, habilidades e energias em nós mesmos com exclusividade. Desejamos ser capazes, independentes, criativos, corajosos e, acima de tudo, autossuficientes em quase todos os aspectos.
Maslow percebeu que a maioria das pessoas interpretavam o topo da sua pirâmide como a coroa que é dada a um indivíduo que se valoriza e se percebe como alguém inteligente, forte e, por sua vez, desconectado do seu ambiente. Parecia não existir um bem comum, um propósito maior. A sua abordagem não foi correta. Dessa forma, introduziu uma outra dimensão que foi mais além dessa autocomplacência, dessa entropia pessoal para alcançar um propósito maior: o que ele chamou de autotranscendência.
Curiosamente, esta necessidade de autotranscendência é o que caracteriza a grande maioria das mulheres que a cada dia estão mais interessadas no desenvolvimento e crescimento pessoal. A mulher atual sabe perfeitamente quais são as suas qualidades e potencialidades. Não há necessidade de “exaltar” o que já é, ela busca sobretudo transcender, ir além dos limites que os outros impuseram para fazer contato com o seu ambiente e mudá-lo.
Menos perfeita e livre das expectativas alheias
A mulher não precisa ser perfeita para fazer o seu melhor e alcançar o sucesso: só precisa ser ela mesma. A Dra. Saskia Sassen, uma renomada socióloga e escritora holandesa conhecida por seus trabalhos em “cidades globais”, explica que a maioria de nós somos forçados a nos adaptar a um mundo que, simplesmente, não funciona. Saskia Sassen cunhou a expressão “cidade global” e é uma das principais referências nos estudos da globalização e seus impactos sobre o meio urbano.
“Não espere nada de ninguém, as expectativas sempre machucam”.
– William Shakespeare –
O gênero feminino, portanto, deve levar em conta um aspecto essencial: antes desse tão esperado desenvolvimento pessoal ou dessa autotranscendência, é preciso se libertar. É preciso romper com os estereótipos, com os mandatos invisíveis, com os preconceitos e expectativas ultrapassadas, pelas quais muitas mulheres ainda se sentem presas.
Não há necessidade de ser perfeita para ser valorizada como pessoa. Não existem corpos perfeitos, profissionais perfeitas e infalíveis, mães perfeitas, amigas perfeitas, filhas ou esposas ideais.
Nós somos o que somos e desejamos ser tudo o que merecemos. Para conseguir isso, você precisa ter um objetivo na vida, um sonho, metas, paixões para lutar por eles todos os dias, em todos os momentos. Em segundo lugar, temos que deixar de lado as expectativas alheias e assumir as nossas próprias expectativas que são as únicas que realmente valem a pena.
A terceira, e não menos importante, é ser sempre você mesma, sem contradições, sem falsos objetivos, sem preconceitos que contradigam a sua própria essência. Só então viveremos em harmonia, só assim trataremos a nós mesmas como merecemos. Dessa forma, dando aos outros e ao mundo o “nosso melhor”, conseguiremos torná-los mais dignos e respeitosos.
Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa
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Muito bom esse artigo, gostei da forma como aborda o tema. Valeu!