Deslumbrada. Assim saí do cinema na última quinta feira (19/01) após assistir ao nostálgico “La La Land: Cantando Estações”.
O filme é delicado e delicioso, e embora seja um musical (gênero que muita gente torce o nariz), tem um enredo leve e poético, que fala de amor, encontros e desencontros, escolhas e desistências e, principalmente, sobre a busca pelos sonhos.
No longa, os caminhos de Mia (Emma Stone) e Sebastian (Ryan Gosling) se cruzam numa fase de vida muito especial para ambos. Os dois correm atrás de seus sonhos, e se sacrificam nessa busca através de testes, audições, turnês e muita expectativa. Enquanto Mia trabalha numa cafeteria dentro de um grande estúdio e sonha em ser atriz, Sebastian é um saudosista, sonhando perpetuar o Jazz, gênero que está “morrendo”, e trabalha como pianista.
Foi quase impossível não assistir ao filme recordando minhas escolhas, meus sonhos, minhas conquistas e as concessões feitas durante a vida para concretizar esses sonhos.
Porém, saí do cinema com a sensação de que nem todos os planos cabem numa única vida, e que a realização de alguns sonhos impõe a desistência de outros sonhos.
Somos vários. Abrigamos diversos caminhos e finalizações em nossa alma, e muitas vezes um caminho não suporta a existência de outro, e o negócio é aprender a conviver com os sonhos que não resistiram como realidade.
Talvez o que o longa queira traduzir é isso: a gente sempre vai ter um pouco de saudade daquilo que não viveu, das escolhas que não fez, de tudo o que poderia ter sido e não foi. É esse o golpe final do filme, numa cena de encher os olhos de lágrimas.
Mas antes disso também descobrimos que estar onde estamos, cercados das pessoas que amamos e fazendo aquilo que sonhamos é nossa maior recompensa, ainda que alguns sonhos tenham sido deixados ao longo do caminho. Reconhecer nossos presentes e conviver bem com as consequências de nossas escolhas é a chave para acolher com alegria tudo o que coube em nossa vida.
Em certo momento, Mia diz a Sebastian: “Eu sempre vou amar você”. E a gente entende que nesse momento ela sela um pacto com o sentimento presente. E mesmo que mudem-se as estações, é esse pacto que a manterá sempre feliz. E, junto a Mia, recordamos os diversos pactos que fizemos durante a vida e que igualmente nos mantêm de pé: pactos de não deixar morrer o amor, de prosseguir se divertindo, de nunca agir como aquele fulano que a gente abomina, de ter uma família, de ser um pai presente, de aprender a cantar ou escrever um livro.
La La Land é um filme sobre sonhos, mas também sobre amadurecimento. Sobre crescer sem deixar de lado a poesia e a delicadeza. Sobre confiar nos caminhos consolidados mesmo que isso signifique tomar um rumo diferente daquele que a gente supôs. Sobre ir em frente deixando um pouco do que éramos pelo caminho. E, principalmente, sobre a capacidade de sonhar mesmo quando a vida endurece em nossas esquinas.
Imagem de capa: Dale Robinette/ Divulgação
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Que bela reflexão!!
Obrigada Evelyn! Beijos!!!
ótima resenha. ...
Quando Deus fala com você em um post que não tem nada falando dele... Obrigada <3 espero sentir todas essas sensações ao assistir o filme.
Lindíssimo o filme. Lembra algumas cenas de "Cantando na Chva" dos anos 50, um pouco de "West Side Story" dos anos 70 e de "Grease" dos anos 80. A identidade visual do filme me chamou muito a atenção e me evocou a "Noite Estrelada"de Van Goch com suas cores azul e amarelo (azul do céu esrelado na cena que eles dançam e ela está com o vestido amarelo e muitas outras cenas do filme inteiro) e depois no final, já em Paris, a cena em que se Sebastian e Mia se tivessem casado e ido para Paris e ele fosse o pai do filho de ambos, me evocou as "Ninféias"de Monet no jardim florido. Comovente o roteiro, genial as interpretações e um figurino tão esplêndido por beirar a simplicidade.
janeisatomas