Imagem de capa hin255/Shutterstock
Esse ano tem Natal, como todos os outros anos. Acreditem se quiser, mas tem.
E esse ano pode!
Pode tocar a musiquinha da Simone pela milésima vez.
Ter especial do Roberto Carlos com as “celebris” na plateia caprichando no quesito tantas emoções.
Papai Noel magro e com a barba rala distribuindo doces por aí.
Festa da firma que todo mundo sabe que vai ter B.O, mas finge não saber.
Correria de última hora para escolher o presente do amigo secreto.
E invariavelmente ganhar meias ou pijama no tal do amigo secreto.
Panetone que antes era só de frutas cítricas e chocolate, e agora é trufado, caramelizado, gourmetizado? Vale, vale sim!
Vale também as crianças enlouquecidas com os presentes ganhos e rasgando os embrulhos na velocidade da luz.
O peru pela hora da morte também tem que ter.
E o salpicão com passas só pra tirar cada uma delas na hora de comer é um clássico.
Coloca na conta o mesmo doce que todos os anos a tia Carmem fica de levar para a ceia também.
Comer como se não houvesse amanhã e jurar que depois das festas começa a dieta? Check!
Rezar em gratidão antes da ceia e por um instante se lembrar do aniversariante do dia de fato?! Muitíssimo justo.
Já a rapa do tacho no almoço do dia seguinte é de praxe, né?!
E aquela ressaca sem fim também faz parte do pacote.
Pois é, vai ter Natal, sim.
E pode e deve ter tudo isso. Não que todo ano já não tenha tudo isso e muito mais. Mas esse ano todos os clichês são mais que bem-vindos. Só para a gente acreditar que nem tudo mudou em 2016.
O ano foi esquisito, tenso, pesado. Dificilmente o ser humano mais alienado não foi afetado pela vibe negativa que rondou a cidade, o país, o mundo. E, mesmo agora, nesse finzinho que parece não acabar, tipo mês de Agosto e suas zicas infindáveis, cá estamos nós, prontos para o Natal.
Uma data que no seu sentido mais genuíno prega quase tudo ao contrário do que esse ano representou nos grandes gestos da humanidade. E que acabam por refletir no pequeno do nosso dia a dia, obviamente.
Por isso, só pra contrariar e bancar o revolts do sistema celebre o dia de Natal com todos os clichês da data. Se existe um dia do ano em que as pessoas param, ou quase, com uma única proposta de celebrar o amor, aproveite sem reservas.
Esse ano pode e esse ano deve.
Não porque isso trará um 2017 sem bizarrices e estupidez humana. Mas ainda é bom se lembrar que apesar dos pesares estamos aí e não deve ser à toa. Foi nesse ano puxado, com ares quase retrógrados em muitas frentes, que também ouvi uma das frases mais lindas que e mais do contra também:
“Estamos aqui para levar uns aos outros para casa.”
O resto é a nossa estupidez que acaba falando mais alto em tantos momentos.
Feliz Natal!
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