Sempre existem pessoas ao nosso redor difíceis de se conviver. São tantos temperamentos, ideias e personalidades que, muitas vezes, pensamos em como seria melhor se só tivéssemos semelhantes ao nosso redor. Ocorre que essa diversidade toda tem uma razão: temos muito a aprender com cada “tipo” de individuo, afinal, somos seres em constante reformulação e aprimoramento.
Se pararmos para pensar, é incrível como todas as pessoas acrescentam algo em nossas vidas. E são muitos os indivíduos que cruzam o nosso caminho durante a nossa jornada, alguns “bons”, outros “maus”, uns paranoicos, outros perfeccionistas, uns chatos, outros “devagar-quase-parando”, uns “da paz”, outros insuportáveis…
Gente dos mais variados tipos e temperamentos…
Mas todos, se formos ver a fundo, nos ajudam a ser melhores, a crescer e a perceber que não somos seres estanques, com personalidades já formadas e imutáveis, definidos e ponto final.
Por exemplo, aquele chato e teimoso, que vive nos “charopiando” com alguma coisa, acaba por nos mostrar que, às vezes, “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”…
Aquela pessoa totalmente “da paz”, que não se incomoda com nada e com ninguém, para quem todo mundo é bom, nos faz ver que, em algumas ocasiões, somos rudes demais, que temos que tentar ver o lado bom das pessoas – todos o tem, nem que seja um pouquinho – e que não vale a pena se estressar por pouca coisa…
O perfeccionista, por sua vez, nos induz a perceber que temos (e podemos!)nos dedicar muito para determinadas coisas, que algumas realmente precisam de todo o nosso empenho para acontecerem…
O insuportável, outrossim, pode transformar-se num espelho e nos fazer enxergar que, às vezes, também o somos, que em alguns momentos – não quase todos, como ele, é claro! – nos tornamos tão chatos, insistentes ou forçados que quase nem nós aguentamos a nossa presença…
O “devagar” demonstra que, às vezes, temos que dar uma freada na vida, diminuir o ritmo, ir curtindo a paisagem, afinal, o mundo não vai acabar no instante seguinte…
O paranoico pode nos fazer ver que dedicamos pouca atenção para determinados aspectos da nossa vida, que devemos, sim, ser “relax”, mas nem tanto para coisas importantes como, por exemplo, a nossa saúde…
O “bondoso”, ao seu turno, nos faz lembrar que todos temos uma centelha de bondade dentro de si, que somos capazes de distribuir amor e solidariedade para quem menos imaginamos, e que sonhar com um mundo melhor não é tão sem fundamento assim…
O “mau”, por fim, nos impede de esquecer que não há pessoa sem um tantinho que seja de maldade, e que, em algum momento de nossas vidas, acabamos a transparecendo – nem que seja matando uma formiga que nem estava nos incomodando ou magoando, conscientemente, alguém que nos ama -, e por isso não somos moralmente legítimos para julgar quem quer que seja…
E assim por diante, tendo em vista a imensa variedade de seres humanos que habitam esse planeta. Interagimos, crescemos com isso, e mesmo que as pessoas com quem cruzamos não nos pareçam as melhores companhias, elas sempre têm algo a acrescentar, inclusive valores importantes, e nós, por consequência, na vida delas…
Então, no fim das contas, somos todos uma mistura uns dos outros, seres sempre em reformulação, razão pela qual devemos tentar extrair o que há de melhor em cada um que cruza o nosso caminho…
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