Categories: Jéssica Pellegrini

Se eu durmo sorrindo, as paredes todas sabem que é você.

Qual foi o seu último sonho? Você se lembra?

Não, eu não estou pedindo para fechar os olhos. Sonhe comigo com eles bem abertos, com a mente ainda em perfeito funcionamento. Deixe os seus pensamentos fluírem para onde eles bem quiserem, mas me leve junto. Faça planos, prováveis ou quase impossíveis. Eu não me importo sobre as suas reais intenções, posso descobrir no caminho. Você tem a noite inteira para se programar, e o dia todo para concretizar. Você pode fazer o que bem quiser, mas de nada adianta o desejo sem a ação. Tudo é possível, acredite. Você e eu, é completamente provável…

Sim, eu deixo você tirar a minha roupa. Deixo você imaginar o meu cheiro e até o meu perfume. A textura da minha pele, o suor das minhas mãos. Eu deixo você ficar por cima, também por baixo. Sem pudores. Você pode imaginar as minhas unhas nas suas costas, a minha língua na sua nuca. As curvas da minha cintura, e o arrepio do meu corpo inteiro quando você me pegar pela cintura ou puxando levemente o meu cabelo.

Que esse sonho seja vibrante e alucinador. Não precisa fazer sentido, apenas precisa acontecer. Você vai acordar sem chão e com uma confusão indescritível. Vai lembrar-se de mim quando estiver mordendo uma maça, se despindo para entrar no banho, quando esbarrarem sem querer na sua perna ou quando um desconhecido sorrir para você na rua. Vai lembrar-se de mim o tempo todo, o relógio ficará ainda mais lento do que o convencional, e por mais que você tente, você vai lembrar-se de mim insistentemente. Vai pensar em me mandar mensagem, mas a sua insegurança ou orgulho talvez te controle. Você vai digitar palavras safadas, mas vai apagar por covardia. Você vai morder os lábios, a caneta, as unhas, nada vai adiantar. Nada. Você vai virar o celular para não acompanhar o tempo, e quando ele tocar, não vai aparecer o meu nome como você gostaria. Não, eu não vou te mandar nada. Mas se quiser arriscar, o benefício pode valer muito a pena.

Por muita coincidência, quem sabe, eu te chame para conversar sobre qualquer assunto aleatório. O seu coração vai disparar no mesmo segundo, eu aposto. Mas será que você consegue segurar a emoção de falar que sonhou comigo a madrugada toda? Não, eu acho que você não tem coragem. Embora deveria, pois eu sinto um tesão absurdo em saber dessas coisas. Conte-me detalhes, mesmo que eles sejam pervertidos. Eu não vou te levar à mal, mas saiba que eu posso te levar a muitos outros lugares. Tudo tem um risco e uma margem de erro, no seu caso, é de se apaixonar por mim. Tenha cuidado.

Sonhos desconcertam. E por mais que despertamos e levantamos da cama, ainda não conseguimos seguir a realidade como se nada tivesse acontecido. E não aconteceu, você sabe que não aconteceu. Lavar o rosto com água gelada não faz com que você me esqueça. São apenas desejos reprimidos, ou oprimidos e platônicos, tentando escapar por algum canto. E claro, nas nuvens eles conseguem viajar, e até dançar. O controle é seu. O despertador sempre toca no horário errado, eu também compreendo essa sua aflição. Mas sonhe com os olhos abertos, para não precisar de limitações. Eu quero esgotar a sua fonte de desejos, e nem me importa quais são eles. Estou disposta, compartilhe comigo.

E aí, você pode cair em si e perceber, de uma vez por todas, que a noite nem sempre é para dormir, que pode ser mais produtiva em pensamentos. Que antes de sonhar comigo, você não me notava tanto assim. Mas agora, é delirante o quanto você me quer de corpo e coração. Porque a alma, bom, a alma eu consigo elevar diante de tamanha excitação do meu amor.

Encontre um lugar nessa sua bagunça para memorizar o mais importante para esse momento: uma vez visto, nada jamais poderá ser desvisto.

Faça dos seus sonhos, um objetivo!

Afinal, sonhamos sozinhos para depois realizar com alguém…

Que tal comigo?

Jéssica Pellegrini

Nunca confie em uma escritora confusa e romântica. As controversas entre um texto de amor e outro de desilusão, podem causar questionamentos pessoais. Consequentemente, sequelas mais graves.

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Jéssica Pellegrini

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