Foto: Mykhailo Dorokhov
É uma situação mais comum do que pensamos. São muitas as pessoas que, por exemplo, ao sofrer uma perda pessoal, são incapazes de chorar, de libertar sua dor com as lágrimas, como é normal de se esperar. O choro faz parte do luto e é imprescindível para superar desgraças e traumas. Um alívio fisiológico com o qual pode-se eliminar tensões e estresses.
Costuma-se dizer que quem não é capaz de chorar tem problemas na hora de lidar com suas emoções. A verdade é que não podemos estabelecer este princípio como alguma conclusão, é apenas uma parte das múltiplas razões deste fato tão comum.
Não se trata de um problema, mas sim de parte de um processo. Porque as lágrimas e o alívio vão chegar em um momento ou outro, pode ser que seja mais tarde do que o normal, mas vai acontecer. E quando acontecer, a pessoa vai se sentir muito melhor.
A necessidade fisiológica de chorar
Bom, comecemos por algo que devemos ter em conta para ir descartando situações. Às vezes, pode sim existir algum tipo de problema físico. Sabemos que a necessidade de chorar faz parte do alívio emocional, além de ser um modo de canalizar o estresse e as tensões.
Mas há pessoas que são incapazes de chorar devido a uma doença. Uma doença autoimune. Não é que elas reprimem seus sentimentos, de forma alguma, trata-se de um problema de origem fisiológica.
Uma doença autoimune na qual existe uma sequidão lacrimal, onde é quase impossível filtrar lágrimas. Uma realidade que é conhecida como “Síndrome de Sjögren”.
Entretanto, deixando de lado a possibilidade dessa doença, a grande maioria das pessoas já viveu essa situação em algum momento da vida. Uma realidade que pode acontecer devido a vários aspectos, vejamos:
– Lágrimas como parte de um processo
Precisamos saber claramente que nem todas as pessoas são iguais, nem lidam com os problemas da mesma forma. E mais, pode ser que cada situação seja única e que as pessoas reajam de forma diferente. Podemos chorar com normalidade diante da perda de uma pessoa querida, porém, somos incapazes de derramar uma lágrima quando, por exemplo, somos abandonados pelo nosso parceiro.
Como isso pode acontecer? Tudo depende de como nós lidamos com o problema. Nós aceitamos a perda do familiar, sabemos que nunca mais vamos voltar a vê-lo, sentimos esta dor e a traduzimos em lágrimas.
Porém, diante da situação de sermos abandonados ou até mesmo traídos, pode ser que lidemos com a experiência de outra forma. Primeiro, podemos sentir incompreensão, então pode ser que tenhamos uma certa esperança diante da ideia de que a pessoa se arrependa e volte. Mais tarde pode surgir a raiva.
São etapas nas quais as lágrimas não surgiram porque ainda não era necessário. Mas mais para frente, a aflição e a tristeza vão aparecer. É então quando o pranto e a necessidade de alívio chegarão. Que conclusão tiramos disso? Que as lágrimas, a necessidade de chorar, têm um ciclo.
Se sentimos ansiedade ou incerteza, e ainda não reagimos diante da situação, é possível que as lágrimas não venham. Mas isso vai depender da personalidade de cada um. Personalidades mais sensíveis costumam recorrer ao choro como um adequado mecanismo de alívio. Perfis com mais necessidade de autocontrole, ou de racionalizar cada aspecto de sua vida, vão demorar mais para experimentar as lágrimas.
– As lágrimas e sua conotação social
São as lágrimas um traço de fraqueza ou fragilidade pessoal? De forma alguma. Não é porque choramos que somos mais fracos ou mais vulneráveis. Às vezes, elas são tão necessárias como respirar e são indispensáveis em qualquer processo de luto. Devemos experimentá-las para nos sentirmos melhor.
Entretanto, às vezes nossa educação, nosso contexto pessoal e social pode nos fazer pensar que não assumir e ficar em silêncio pode ser melhor. Não mostrar fraqueza, aparentar força. Um erro que, ao longo do tempo, pode nos trazer graves problemas de saúde. Feridas não assumidas que podem se transformar em lesões internas.
Não vale a pena. As lágrimas e a necessidade de chorar fazem parte da nossa personalidade. Há quem tenha uma certa facilidade para deixá-las ir, outros simplesmente têm mais dificuldade.
Elas fazem parte de um ciclo onde o autoconhecimento é essencial, o saber identificar as emoções que temos em nosso interior, o saber escutar. Pode ser que elas não venham quando mais precisamos e que façam que com que nos sintamos estranhos. “Com tudo o que está acontecendo comigo… como é possível que eu não consiga chorar?”
Não se preocupe, as lágrimas virão em seu tempo. No momento mais inesperado, quando você relaxar, quando estiver mais consciente e aceitar sua situação. Só então as lágrimas vão lhe oferecer um verdadeiro alívio.
Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa
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