Acabou, não foi? Então por que você não sai da minha cabeça por pelo menos cinco minutos inteiros? Estive reclamando que nunca mais sonhei e bem, você fez o favor de mudar isso também.
Eu entendo todos os seus motivos e você sabe disso, mas a saudade é uma força muito grande para ser combatida, desculpa. Tentei afastá-la quando os fogos de artifício explodiram no céu de Santos e tentei de novo nas madrugadas em claro. Limpei a cozinha tentando te esquecer, mas não deu e nem sei quando vai dar.
Dois anos em duas semanas, acho que foi isso o que vivemos. Numa intensidade que já é normal da minha parte, o que me encantou foi que você também mergulhou de cabeça, sem medo. O que aconteceu então? Fico voltando tentando achar meu erro e de verdade, não sei se houve algum.
Mas agora tenho que aguentar dias que parecem séculos sem poder esperar o seu “bom dia”, sem contar os minutos pra te ver, sem poder dar uma pausa no mundo pra poder conversar com você. Tenho também um peito afogado em lágrimas que insistem em não descer. Tenho lembranças lindas que me atormentam antes de dormir, tenho até que passar por uma rua com o seu nome. Pois é, tenho tudo isso e não tenho você. Quem diria que as pétalas amarelas se esgotariam tão rápido.
Talvez num outro amanhecer na Paulista, num outro café da manhã, você esteja lá pra mexer na minha barba e ficar com aquela carinha de sono pela qual me apaixonei. Talvez numa outra semana dessas que são eternas. Talvez numa dessas possibilidades você esteja lá com outro alguém que vai tirar todas as dúvidas e seu medo, já que eu não consegui e talvez um dia eu entenda tudo isso como algo bom.
Talvez um dia meu peito transborde e assim o pedaço seu que vem morando em mim vá embora junto com as lágrimas ou talvez ele deva ficar aqui pra sempre. Talvez a gente deva ser pra sempre, só nos resta encontrar a esquina da vida onde essa história está esperando para acontecer.
Se eu continuar a falar já não vai fazer sentido, porque o resto dos meus sentimentos ainda não se organizaram. Devem estar nadando no meu peito, enquanto isso eu luto todos os dias contra a saudade, quem sabe não a venço por cansaço? Só te peço uma coisa: Cinco minutos inteiros.
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