Categories: Marcel Camargo

Meu desprezo não é orgulho, é amor próprio

Imagem de capa: Anna Shagoika, Shutterstock

Confundirão nossa autopreservação com indiferença, nossa jornada de autoestima com empáfia. Que confundam, importa é a gente sobreviver longe de quem faz mal.

Onde e com quem estivermos, seja com pessoas que nos conhecem, seja com desconhecidos, estaremos sujeitos a ser mal interpretados, rotulados, simplesmente porque é assim mesmo, as pessoas analisam os outros e tiram conclusões sobre eles. Alguns são mais maldosos e negativos do que outros, em seus julgamentos, e tomam como verdade aquilo que pensam, superficialmente, sem saber a história de quem julgam.

Por isso mesmo é que não poderemos nos importar muito com o que falam de nós, com o que pensam, com o que vão achar, uma vez que, por mais que tentemos ser transparentes, cada um interpretará o mundo e as pessoas ao seu próprio modo. Da mesma forma que há quem enxergue sempre algo de bom em tudo o que acontece, há, por outro lado, quem verá tudo e todos com olhos pesados, cores frias, sendo pessimista em toda e qualquer situação.

É assim que muitas pessoas, inclusive, acabam formando algum juízo sobre nós, ouvindo de opiniões de terceiros, sem ao menos ter conversado conosco, por minutos que fossem. Portanto, teremos que agir de acordo com o que sentimos, sem pisar ninguém, mas mantendo o que somos enquanto vamos vivendo. Balizar nossa vida nas impressões alheias será o pior a se fazer. Ninguém, a não ser nós mesmos, tem noção de tudo o que tivemos de enfrentar e digerir para chegarmos até aqui.

Muitos irão confundir nossas atitudes, baseando-se tão somente no que veem, como por exemplo, nos casos em que seremos tachados de insensíveis, frios, orgulhosos, quando, na verdade, estaremos nos preservando de quem já nos machucou, de quem nos usou da pior forma possível, de quem tirou o nosso melhor e nada devolveu. Confundirão nossa autopreservação com indiferença, nossa jornada de autoestima com empáfia. Que confundam, importa é a gente sobreviver longe de quem faz mal.

Nós temos que nos cuidar, que prestar atenção no que vimos fazendo de nossas vidas, no que vêm fazendo conosco, para que não deixemos de voltar os nossos olhos para dentro também, porque somente olhar lá fora implica deixar nossa essência desamparada. E, caso nossa alma se torne vulnerável, estaremos impossibilitados de fazer alguém feliz, muito menos nós mesmos.

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar".

Share
Published by
Marcel Camargo

Recent Posts

Falecido Agnaldo Rayol emocionou vizinhos ao cantar ‘Ave Maria’ da varanda durante pandemia; assista

Nesta segunda-feira (4), o Brasil se despede de Agnaldo Rayol, que faleceu aos 86 anos…

17 horas ago

Última apresentação de Agnaldo Rayol foi eternizada em vídeo; lúcido com voz potente

O cantor Agnaldo Rayol, uma das vozes mais marcantes da música brasileira, faleceu na madrugada…

18 horas ago

“Cozinharam nosso cachorro”: tutor denuncia negligência em pet shop após perder cadelinha

A perda de Filó, uma cadela da raça bulldog francês de cerca de dois anos,…

3 dias ago

Chefe explica “teste da xícara de café”, método decisivo usado em entrevistas de emprego

No competitivo mercado de trabalho, a preparação para entrevistas de emprego costuma envolver currículos impecáveis…

3 dias ago

Você sabia que dormir abraçado ao travesseiro pode indicar sua personalidade?

Você já parou para pensar no motivo de dormir abraçado ao travesseiro? Esse hábito comum…

4 dias ago

Filme da Netflix retrata a luta de uma mãe e vai te emocionar com uma dose de esperança

O cinema consegue traduzir sentimentos e vivências que, muitas vezes, vão além das palavras. No…

4 dias ago