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Eu não me irrito mais. Só escuto e não me afeto pelo que não me define

Imagem volobotti, Shutterstock

Não podemos deixar que o comportamento de outra pessoa condicione nossas vidas. Somos responsáveis por nossas emoções e devemos aprender a racionalizá-las para que a irritação não nos destrua.

A raiva é uma situação humana tão normal quanto cotidiana. É comum nos adultos, mas principalmente nas crianças pequenas quando, por exemplo, ainda não sabem gerenciar aspectos como a distribuição das recompensas.

Não devemos ver esta sensação como algo puramente negativo. Todos nos irritamos, todos nos enchemos de ira diante de situações que consideramos injustas, e isso também é algo saudável que nos permite poder reagir diante do que é permissível, diante do que nos faz mal.

Agora, a raiva deve ser algo pontual e limitado no tempo. Devemos vê-la como um interruptor, algo que acende em nosso cérebro para avisar que um aspecto de nosso entorno nos preocupa, e diante do qual devemos tomar uma decisão.

Se deixarmos que esta emoção nos controle, cairemos na irracionalidade da ira, dos gritos e de uma reação da qual nos arrependeremos depois. A raiva se atende, e mais tarde se controla para proporcionar uma resposta adequada.

Hoje, em nosso espaço, convidamos você a refletir sobre esta emoção tão comum quanto desconhecida em algumas ocasiões.

Conhecer a raiva para responder melhor em nosso entorno

Um dos maiores especialistas na dimensão da raiva, da ira e da resistência é, sem dúvida, Eckhart Tolle. Este psicólogo positivista e representante também da vertente mais espiritual da ciência do comportamento nos oferece uma visão muito acertada sobre este construto psicológico.

A raiva é uma emoção negativa poderosa. Esta irritação que não se controla inunda a nossa mente de pensamentos negativos.

– Quem raciocina não somos nós, não é nossa parte equilibrada e lógica, e sim a emoção negativa mais crua.

– Um aspecto que devemos levar em conta ressaltado por Eckhart Tolle é que, às vezes, estamos irritamos com algo, mas não nos damos conta disso.

– Aos poucos, esta sensação de negatividade invade outros campos de nossas vidas, até o ponto de ficarmos saturados pelo pessimismo.

– A raiva, além disso, se transmite, se contagia como uma energia asfixiante que cria distâncias e incômodos entre nós. Não é o adequado.

Indicamos a seguir como podemos resolver este mal-estar, esta falta de sintonia com nós mesmos e com nosso entorno.

Como ser consciente do que estamos causando

Daremos um exemplo. Imagine que você teve um dia ruim no trabalho. Um companheiro de trabalho cria um entorno tóxico ao promover críticas danosas e rumores infundados: isso o incomoda.

– Nosso protagonista armazena uma dose de irritação, de cansaço e negatividade que acaba se projetando em casa e com seus familiares. Qualquer fato pontual faz com que você reaja de forma desmedida.

– A primeira coisa que devemos saber perceber é a emocionalidade interna, o mal-estar e o que esta sensação está criando em nosso entorno.

– Uma emoção negativa não apenas cria pensamentos negativos, mas também condutas inadequadas. É necessário saber ver isso, saber perceber esta batalha que ocorre em nosso interior.

Como agir

Já somos conscientes do que ocorre conosco e do que estamos causando ao nosso redor. O foco do problema não está em casa; de fato, tampouco está no trabalho: está em nossa mente.

– Em algumas ocasiões é impossível mudar a conduta de uma pessoa ou de um grupo de pessoas. Neste caso, o companheiro de trabalho não vai mudar, sua personalidade é assim e ele sempre fez uso das críticas e das fofocas.

– Quando é impossível mudar algo negativo de nosso entorno, o que devemos fazer é alterar a forma como isso afeta nossas emoções.

– Não se trata em absoluto de não dar a importância merecida ou de fingir que nada nos afeta. Trata-se de exercer um “controle”. Dominar as emoções negativas para que elas não nos dominem e afetem a vida transformando-a em um inferno.

– O que nos controla nos torna prisioneiros e empobrece nossa qualidade de vida. Não é o adequado, não devemos permitir isso.

Devemos acalmar nossa ira, e com assertividade, calma e equilíbrio, faremos com que esta pessoa saiba que seu comportamento não é o adequado. O fato de que cada um regule suas próprias emoções não significa que você não possa agir.

Uma vez que deixamos claro o foco pontual que nos altera e nos irrita, que sua forma de agir não é adequada, procederemos a racionalizar as emoções negativas que possam ficar em nosso interior.

– Estas críticas não vão comigo porque não me definem. As ofensas não me fazem mal: eu sei quem sou, eu protejo a minha autoestima.

– O que uma pessoa concreta pensa sobre mim é a sua opinião, é o seu universo, é a sua esfera particular e limitada, mas não é meu mundo e não me define. Portanto, procedo a “desativar toda a raiva e toda emoção negativa.” Eu me libero.

A raiva é aplacada sendo consciente dessa emoção negativa, controlando-a e, por sua vez, gerenciando-a. Não se esqueça de que este tipo de estratégias é também muito adequado para as crianças.

Quanto antes elas começarem a entender suas emoções, melhor.

Fonte indicada: Melhor com Saúde

A Soma de Todos Afetos

Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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