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Crises são ótimas professoras, aprenda com elas.

Imagem de capa Nomad_Soul, Shutterstock

A escola da vida é a mais difícil de todas; Não temos como “colar”, como estudar para o que virá a seguir e não ganhamos honra ao mérito ou diploma algum no final, mas ao contrário de um quadrinho pendurado na parede, o que deixamos para as pessoas são lições importantíssimas e por tanto, mais valiosas que qualquer herança. E acredito que se você quer passar de ano nessa escola, não pode faltar as aulas das crises pois elas são ótimas professoras (embora um tanto temidas).

Nosso instinto natural de sobrevivência faz com que a gente queira sair de uma crise o mais rápido possível, não importando muito os meios que usarmos para isso, desde que a gente deixe a crise pra trás. A questão é que em muitas vezes nós nos colocamos em situações que a longo prazo serão até piores do que a própria crise em si e fazemos isso por medo. Temos pavor até de pronunciar a palavra ‘CRISE’ como se fosse algo vergonhoso, pouco digno ou raro mas a verdade é que todos nós, sem exceção, em algum momento de nossas vidas, passaremos por uma crise. É igual cabelo branco, se você ainda não tem, não se preocupe, que um dia terá! Mas isso não precisa – necessariamente – soar apavorante pra você.

Não importa a natureza da crise, se é financeira, amorosa, familiar ou quaisquer outras categorias, porque uma crise é sempre um período conflitante onde somos obrigados a fazer a pesagem da vida na balança, coisa que talvez não fizéssemos nunca no cotidiano. Então, achamos o primeiro ponto positivo da crise: A pesagem! Não podemos ficar paralisados de medo e querermos varrer nossos problemas pra debaixo do tapete; Temos que ser sinceros com nós mesmos e pesarmos tudo. O que tiver excesso de peso e não for fundamental temos que jogar fora, como por exemplo: Saudade ou rancor de um amor do passado;

Medo de uma recaída de uma doença que tivemos ou experiências negativas no emprego anterior. Podemos ver que muito lixo emocional vem do passado certo? Mas o maior vilão de uma crise é o futuro. E temos que jogar esse excesso de pré – ocupação fora também, porque o que ainda nem chegou não compete exclusivamente á nós! Só temos acesso e podemos modificar o HOJE.

E se parece que nada podemos fazer para sair da crise, sempre podemos ao menos decidir o nosso modo de enxergar as coisas, como numa mesa de sinuca onde a bola branca parece isolada e dificílima mas se mudarmos nosso ângulo de visão e formos para o outro lado da mesa por exemplo, a bola branca pode estar perfeita para encaçapar uma outra. Então esse é o nosso segundo ponto positivo: Aprender a mudar o nosso ângulo de visão dentro do olho do furacão, digo, da crise.

E justamente por isso, por estarmos no meio do tornado, as vezes não conseguimos enxergar muita coisa á nossa frente; Não conseguimos ouvir as pessoas direito e parece que o mundo ao nosso redor simplesmente não existe mais. A gente para então e pensa “Poxa como a vida era boa” e aí está nosso terceiro ponto positivo: Aprender a valorizar as coisas. Qualquer coisa, pois as vezes precisamos perder “tudo” para percebermos que o “nada” é importante, para valorizarmos devidamente as coisas que já possuímos e para aprendermos que podemos SIM viver sem muitas coisas e pessoas (porque não?!) que até então julgávamos indispensáveis!

E quando você descobrir isso, vai descobrir muito mais coisas em você que nem sabia que era capaz de ter! Você não sabia que podia ser tão forte…você não sabia que podia ir tão longe e nem que podia superar esse momento tão difícil, mas a crise é uma boa hora para exercitarmos todas as outras lições que aprendemos na escola da vida: A primeira é a equação da Resiliência: Só a descobrimos em momentos difíceis, consiste em FÉ + PACIÊNCIA = RESILIÊNCIA.

A segunda lição é sabermos quem são, verdadeiramente, os nossos amigos! É na crise que se descobre isso e não fique chocado ao descobrir que Fulano não é tão seu amigo quanto você pensava, anote no seu caderninho mental para não esquecer nunca mais e daqui pra frente trate-o exatamente da mesma forma como ele te trata.
E acho que a terceira lição que botamos em prática é a da gratidão: Sim! Podemos e devemos agradecer num momento de crise. Agradecer por tudo que passamos até aqui, por todas as vezes que fomos ajudados pelo poder do Altíssimo e agradecer principalmente daqui por diante, por esta oportunidade de crescimento pessoal e que, quem sabe, não vai nos tirar de uma situação muito pior? Lembre-se que Deus escreve certo pelas famosas linhas tortas!

E por fim, o terceiro ponto positivo de uma crise é que ela te dará a oportunidade de auto conhecimento como nenhuma outra situação da vida te dará. Saímos muito mais fortes, conscientes e humanos do que quando entramos. Na crise você descobre se acredita mesmo em Deus e até onde vai a sua fé, descobre se estamos mesmo no lugar certo, se o que achávamos impossível não era só questão de tentativa. Descobrimos que sempre é possível mudar e que nem tudo depende de nós o tempo inteiro. Aprendemos a dar valor para quem esteve ao nosso lado num momento de crise e as vezes nos surpreendemos. E acredito que á essa altura, tenhamos ganho uma mochila cheia de HUMILDADE para carregarmos sempre conosco.

Agradeça pelo momento de crise e lembre-se que educação física também é uma disciplina e que agora você sabe saltar obstáculos na corrida da vida! E quem sabe não faz uma pós e doutorado em como superar crises?
Se arrisque, viva essas lições e com certeza você tirará um 10! A vida tem dessas…hora alunos, um dia professores! Não esqueça!

Bruna Stamato

Carioca, criada na Bahia, quase paulistana e atualmente moradora de Porto Seguro-BA. Mãe de duas garotinhas lindas, geminiana, ascendente em Câncer e uma eterna sonhadora. Quando me perguntam, sempre brinco com as pessoas, dizendo que eu não sou escritora, apenas passo para o papel o que a minha alma dita. Por tanto, o mérito é dela! Sou aficionada pelas palavras, desde que me entendo por gente, quer dizer, na verdade, até hoje não me entendo direito por gente, mas amo as palavras desde que as conheci e que elas começaram a fazer sentido pra mim.

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