Aprenda a conviver com as escolhas que você fez

O fim de ano vem chegando, e com ele a expectativa por dias novos, esperanças inéditas e escolhas certeiras, que nos levem a um lugar melhor.

Alguém já disse que somos a soma de nossas escolhas, mas será que sabemos conviver com aquilo que escolhemos? Será que sabemos arcar com as consequências de termos escolhido este caminho em detrimento daquele?

O que tenho visto por aí é muita gente insatisfeita com os castelos que construiu. Muita gente sonhando com um castelo robusto, imponente, glamoroso … sem se dar conta dos tijolos que possui.

Através de nossas escolhas vamos lapidando nossas vidas. É verdade que nem sempre escolhemos certo, e faz parte do crescimento aprender a lidar com as consequências de nossas escolhas. É assim que aprendemos. É assim que aprimoramos nossa sensibilidade para descobrir o que nos realiza.

Às vezes o que nos falta é entender que a vida é feita de altos e baixos mesmo, e não desistir de tudo só porque parece que os dias não estão sorrindo à toa como a gente gostaria.

Escolhemos um caminho e esperamos que ele vá sanar todas as nossas dores, angústias, desassossegos. Mas não é assim. A vida é construção, e nos tira muitas vezes do chão. Nos desafia a lutar, aceitar, recomeçar. Nos abraça e nos derruba. Nos levanta e nos estimula.

Uma hora estamos por cima, outra hora nadamos tentando respirar apesar das ondas que querem nos afundar. Mas o bonito da existência é perceber que resistimos. Que apesar das dificuldades, conseguimos dar braçadas, uma a uma, e colocamos o rosto de lado para buscar o ar. E assim chegamos na praia. Cansados, mas vitoriosos. E sempre mais fortes.

Tenho escolhido muito também. E apesar de ouvir muitas vezes que tenho sorte, reconheço que fui abençoada com a capacidade de fazer boas escolhas. Com a facilidade de conviver bem com as escolhas que fiz, sem ficar lamentando que o outro caminho (aquele não escolhido) me faria mais feliz. Porque não basta saber escolher. É preciso amar cada tijolinho do castelo que construiu.

Que a gente aprenda a amar o lugar em que se encontra, apesar dos tropeços, desvalorizações, dificuldades. E que a gente consiga tirar proveito dos momentos, mesmo que eles não sejam tão perfeitos como a gente gostaria. Que a gente não se ressinta do caminho que seguiu, nem viva de buscar tesouros onde a gente não plantou. Vida requer luta, coragem, determinação. Quem não entende isso sempre vai lamentar as escolhas que fez e imaginar que merecia outra vida.

O ano vai chegando ao fim e precisamos nos lembrar: Deus nos dá dons, talentos. É necessário saber fazer com que esses dons deem frutos da melhor maneira possível. Só assim estaremos aptos a receber mais. Quem não multiplica seus dons, mas ao contrário enterra-os esperando que assim milagrosamente frutifiquem, perde o que ganhou. Já aquele que usa seus dons e tem paciência de esperar o tempo da colheita, sem se ressentir dos sacrifícios que fez, esse terá o que buscou.

Que venha o ano novo, os novos caminhos, as novas escolhas. Que a gente saiba escolher com prudência e reflexão, e que valorize cada passo que der no chão. Nem todo caminho é livre de dissabores e alegrias, mas é preciso amar o que nos cabe com sabedoria…

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Fabíola Simões

Fabíola Simões é dentista, mãe, influenciadora digital, youtuber e escritora – não necessariamente nessa ordem. Tem 4 livros publicados; um canal no Youtube onde dá dicas de filmes, séries e livros; e esse site, onde, juntamente com outros colunistas, publica textos semanalmente. Casada e mãe de um adolescente, trabalha há mais de 20 anos como Endodontista num Centro de Saúde em Campinas e, nas horas vagas, gosta de maratonar séries (Sex and the City, Gilmore Girls e The Office estão entre suas preferidas); beber vinho tinto; ler um bom livro e estar entre as pessoas que ama.

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  • Comentário: Escolhi, intuitivamente... me identifiquei com seus textos, conscientemente! Valeu! Que bom que vc escreve "entre um café e outro"! Favoritei!

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