Imagem de capa: QUOI Media Group
A época do Natal me lembra uma das melhores recordações do tempo de criança: a queda de energia em um dia de chuva. Quando a luz ia embora e não existia mais TV para ocupar o tempo, todo mundo se recolhia no sofá da sala.
Enquanto meu pai acendia uma vela, minha mãe contava histórias e passava mão no meu cabelo. Apesar do medo dos raios e trovões, eu me sentia protegido naquele sofá. Ali eu descobri que a gente não precisa de muita coisa para ser feliz. Hoje eu sinto o quanto cada falta de energia fez a diferença na minha vida.
Uma queda de energia pode ser uma oportunidade de olhar para dentro.
Uma queda de energia pode ser um convite para união da família.
Uma queda de energia nos convida a desligar os artifícios que dispersam o que existe de mais sagrado: o amor por quem está ao nosso lado.
Apesar do mesmo ponto de partida, as pessoas que tanto amamos percorrem caminhos diferentes. Muitas vezes os almoços são marcados por um amontoado de desgastes. Parece que de uma hora para outra passamos a viver em uma Torre de Babel, onde ninguém mais consegue compreender o que o outro diz. Apesar do momento de reunião, as pessoas estão vivendo um processo de fuga nos seus respectivos celulares. Visualizamos fotos da vida alheia na tela do celular, mas, estamos perdendo a oportunidade de escrever novos capítulos da nossa própria história.
E aqui nos cabe a reflexão:
Você já parou para pensar na razão de ter nascido nessa família?
Apesar de todas as diferenças, tente compreender tudo ao seu redor. Cada pessoa nasce com o propósito de ajudar alguém a evoluir. Você pode ter escutado palavras dilacerantes ditas pelas pessoas que você tanto ama. Eu também guardo feridas que ainda necessitam de uma cicatrização. Mas, se você puder arrumar a mala rumo a uma viagem para o seu lar, vá.
Não perca a oportunidade de buscar a reconciliação. Não desperdice a oportunidade de um encontro nessa reta final do ano. Atravesse a ponte da maturidade para resgatar a relação com quem faz parte da sua história. Assuma o compromisso de desligar a lâmpada e acender uma vela para enxergar a essência do que verdadeiramente importa.
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