Categories: Ju Farias

A vida é breve. O amor, não.

Já escrevi uma porção de vezes sobre a importância do agora, até mesmo para que eu não esqueça de viver no hoje. O fato é que a gente só se dá conta da brevidade da vida quando muitas delas são tiradas de repente, como um sopro de Deus.

E nosso corpo se curva diante do “já” na certeza de que a qualquer momento o “amanhã” não vem. E é assim para todo mundo, não tem jeito. Nascemos, vivemos e morremos. O que vem depois é outra história, – uma história que, aliás, acredito muito que continue.

Se nascemos, vivemos e morremos, – e essa é a única certeza que temos, fica claro que o “vivemos” é o que define o lance todo. O meio do caminho ou o caminho do meio, como você achar mais bonito.

O “vivemos” é justamente aquilo que fazemos dos nossos “agoras”. Muito embora tenhamos na bagagem diversas lembranças do passado, – e isso faz parte do que nós somos, não é possível viver delas. Menos ainda do que não veio, ou seja, das expectativas para o futuro. Que futuro? O futuro já está acontecendo, entende?

O sopro de Deus tem lá suas razões e, ainda que a dor seja afiada, precisamos confiar que tudo tem um propósito para os que vão e para os que ficam. Nossa vida é um barquinho em alto mar, já fiz um texto sobre isso. A embarcação segue o seu rumo em direção a todos os destinos que temos. Também somos feitos de destinos, muitos, diversos, inúmeros.

Mudamos a rota, perdemos marujos e comandantes, e também ganhamos novos parceiros, novos remos, novas possibilidades todos os dias. Precisamos estar de olhos abertos para enxergar o que nos chama e para nos despedirmos do que precisa ir embora. Viver é a única garantia que temos e se nem isso fizermos, de que vale por o barco no mar? Olhe para o lado, para os dois lados, e veja quem são seus companheiros de estrada, quais os parceiros que a vida te deu e de que forma você tem os tratado?

O que é possível para oferecer mais abraços? Mais beijos? Mais cafés? Mais encontros? O que falta para que a cada partida, ainda que doa fundo, tenhamos a certeza de que amamos com toda força do nosso coração? Talvez essas respostas não sejam tão óbvias. Porém, a possibilidade de fazer mais e melhor nos é dada todos os dias. Se não temos o poder de evitar os sopros de Deus, o que devemos fazer?

Amar, só isso. O amor é a coisa mais importante do mundo e é nosso superpoder, não custa nada, não tem prazo de validade, nem de vencimento e pode ficar maior a cada dia. Para isso, e é só isso, basta entender que a brevidade da vida acontece para que possamos compreender a importância de amar.

Vamos amar infinito, bonito, direitinho. Vamos encher o outro de tudo isso e colocá-lo em nossos braços como se fosse o último abraço. Talvez seja. Talvez nem perto do fim esteja. Quem vai saber?

“É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”, disse Renato. A vida é breve, mas não precisa ser curta. Porque o tempo, enquanto espaço entre um abraço e outro, só serve para nos intimidar. A vida é breve, mas pode ser incrível. A vida é breve, mas deve ser vivida como se fosse comprida, imensa, para sempre. Amar é o que devemos fazer.

Porque a vida é breve, mas o amor…

O amor é infinito.​

Ju Farias

Não nasci poeta, nasci amor e, por ser assim, virei poeta. Gosto quando alguém se apropria do meu texto como se fosse seu. É como se um pedaço que é meu por direito coubesse perfeitamente no outro. Divido e compartilho sem economia. Eu só quero saber o que realmente importa: toquei alguém? É isso que eu vim fazer no mundo.

Share
Published by
Ju Farias

Recent Posts

Você sabia que dormir abraçado ao travesseiro pode indicar sua personalidade?

Você já parou para pensar no motivo de dormir abraçado ao travesseiro? Esse hábito comum…

20 horas ago

Filme da Netflix retrata a luta de uma mãe e vai te emocionar com uma dose de esperança

O cinema consegue traduzir sentimentos e vivências que, muitas vezes, vão além das palavras. No…

21 horas ago

Drama intenso no Top 1 da Netflix é baseado em fatos reais e está emocionando o Brasil

A Netflix lançou recentemente a minissérie Os Quatro da Candelária, e com apenas quatro episódios,…

2 dias ago

“A perdi no mar”: Mãe descreve como salvou bebê em naufrágio de iate

O que deveria ser uma viagem de lazer pela costa da Sicília, na Itália, se…

2 dias ago

Netflix traz adaptação de uma das maiores histórias de amor proibido da literatura

Se você está à procura de um romance intenso e repleto de nuances, a nova…

3 dias ago

Como a Islândia revolucionou a jornada de trabalho para 4 dias?

A Islândia está sendo pioneira na mudança no modelo de trabalho   e vem atraindo…

3 dias ago