Uma das atitudes mais inconvenientes, banais e anti-humanitárias é excluir o outro. Para além de saber ouvir, é preciso tomar consciência de que as pessoas, em sua individualidade, possuem qualidades, costumes e crenças diferentes.
Essa é uma exigência do nosso século, marcado pela multiplicidade cultural, fruto do fenômeno da globalização. Ocorre que a premissa “ser diferente é normal” tem sido deturpada pelo mercado, que produz verdadeiros padrões do “diferente”.
Nesse sentido, grupos se tornam muito bons em excluir qualquer um que não tenha um mínimo de características específicas. Cria-se uma noção de pertencimento, sobre a qual já debati um pouco no texto “estudantes de direito e o senso de superioridade”.
Não excluir o outro não significa aceitar todo e qualquer comportamento, gosto ou costume. Isso, além de inapropriado, seria imprudente. A questão que se coloca é a seguinte: será mesmo possível que o outro não tenha nada a nos oferecer?
Outro ponto é aceitar que o conhecimento ultrapassa os limites da academia, dos livros de física avançada e da massa cinzenta de grandes pensadores. É bem verdade que existe um vasto conteúdo nisso, mas é igualmente verdadeiro que índios no interior da floresta tem uma sintonia impressionante com o meio ambiente.
Não excluir o outro significa aceitar que somos todos irmãos em alguma medida, que estamos nisso juntos. E, reiterando, esse mandamento não se aplica às relações estabelecidas pelo facebook.
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