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Talvez amar não seja meu forte

Não é o amar em si, é o meu amar que é o grande problema. Vem de um jeito que sufoca, que machuca, que alegra também, mas tudo isso a mim não a quem eu amo.

Vem sem restrições, sem equilíbrio. Me entrego por completo esquecendo todos os conselhos que pareceram tão sábios que disse para os meus amigos. Todas as dores anteriores são esquecidas e não considero que pode tudo acontecer de novo e eu vou acabar tendo que passar por mais um processo de recuperação emocional.

Ora, mas isso é bom, né? Esquecendo tudo você pode se entregar de verdade.

Sim, isso é bom, mas não pra mim. Nada disso, no meu caso, é saudável ou aconselhável. Eu esqueço de mim, esqueço da pessoa que eu sou sozinho e meu maior medo, esquecer todos os meus valores. Porque em mim, o amor ocupa um espaço tão grande que parece que não cabe mais nada.

Sem falar no fator 8 ou 80, porque ele existe. Não sei amar devagar, viver num meio termo e nem vem com essa de aprender a amar que pra mim é conformismo e idiotice. Pra mim ou acontece como uma avalanche ou não se move uma pedra.

Talvez eu não tenha nascido para amar. Talvez eu tenha nascido para paixões, para aproveitar os começos, sofrer os fins e se reconstruir com o tempo. Porque sou bicho solto e o amor me prende e isso não é bom. O amor vem pra libertar e acontece pra muita gente, mas não pra mim. Amando eu viro prisioneiro e eu não quero ser prisioneiro.

Então decido que não vou mais amar, que vou viver quietinho, evitando causar muitos danos por aí e até que essa promessa dura um certo tempo, até a próxima avalanche acontecer e acabar com ela.

Eu não fui feito para amar, mas eu amo. Amo como se o amanhã fosse mera lenda. amo como se cada minuto precisasse ser intenso, amo com a força de uma procissão que ora para aquele santo, amo esquecendo de mim, amo mesmo doendo cada parte do meu corpo, amo em cada lágrima que cai, pois elas sempre caem. Amo porque não sei viver sem o amor, porém não sei viver junto dele também.

Ele vai e volta algumas vezes e essa é nossa relação, o que é bom, pois essa distância me dá saudades, mas só dos começos e dos fins, o que acontece entre isso não é pra mim. Afinal, sou o 80 do primeiro beijo e o 8 do “espero que você fique bem”. Sou ápices.

Gabriel Bernardi

"Estudante de Rádio, Tv e Internet, Cinema e amante da arte de se expressar por palavras. Canceriano, ascendente em Libra, acredita que o amor muda a forma que vemos o mundo e como levamos nossa vida. Livros sempre foram seus melhores professores, nos trilhos de trem e metrô aprendeu muito sobre pessoas. Considera um prazer escrever pra si mesmo e agora uma honra ser lido por você." Também publicando em: https://medium.com/@gabriel.bernardi

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