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Preste muita atenção porque todo mundo tem que saber quem você é.

Sim, estou falando com você que está lendo este texto, então trate de prestar muita atenção. Todos têm que saber quem você é.

Sabe você que põe a cabeça no travesseiro à noite e chora porque se sente sozinha? Não há nada de errado com você. Todos estamos um pouco sós também. Se você está sozinha porque foi deixada, faça a si mesma um favor e compreenda que ele não enxergou o seu valor. Mas as pessoas precisam saber que você está só, não que você é só. Ninguém é só. Se você está só, porque tem medo das pessoas e perdeu toda a confiança nelas, tente se arriscar. Provavelmente você vai se ferir, ou não, mas você não saberá se não tentar. Se sua solidão é fruto de uma vida amorosa falida, acredite, muita gente está no mesmo barco. Então, aproveite que quem está neste barco está doido para sair também e limpe suas lágrimas, vista uma roupa bonita, aprenda a sorrir outra vez e dê a cara à tapa mais uma vez.

Todo mundo tem que saber a pessoa bonita que existe atrás dessa cara amarrada, dessa feição emburrada e dos olhos tristonhos. Eu sei que debaixo de toda essa amargura existe alguém que acredita tanto no amor que tem até vergonha de assumir. Tem alguém aí que suspira quando imagina um punhado de rosas vermelhas. Também sei que você está pensando que eu não sei o quão é difícil para você encher seu coração de esperança mais uma vez. Saiba que eu também preciso me convencer muitas vezes de que o mundo não é um lugar tão mau, que as pessoas podem ver além do meu exterior e que um dia alguém vai ter a compaixão de amar quem eu sou. Eu sei que é difícil e nem por isso eu desisto.

Eu sei também que já lhe feriram ao ponto de você se esconder lá no íntimo de sua alma e não deixar que ninguém nunca mais roube o seu amor. Fizeram você acreditar que ninguém poderia amá-la de verdade, que você jamais seria suficiente, que você nem mesmo era bonita. Eu sei… Fizeram muitas coisas a você… E você foi se escondendo, murchando… Não seja sua carrasca. As pessoas não são iguais. Uns ferem, mas outros curam. As pessoas têm que saber que você tem espaço dentro do seu coração, que tudo ainda está vivo por baixo dessa casca morta. Eu sei que se você olhar no espelho vai ver lá no fundo dos seus olhos um brilho de toda a vida que você tenta esconder de todos.

Eu sei que você não quer que as pessoas saibam, mas elas precisam saber que você já foi ferida. Eu sei que você quer parecer forte e indiferente, mas ser forte de verdade é tentar mais uma vez. Todo mundo tem que saber que esta casca não é você, porque você é alguém que vale à pena. Você é aquela mulher que todo homem de bem merece ter.

Presta atenção em mais uma coisa: nem tudo que recebemos, merecemos. A maioria das coisas dessa vida, simplesmente, nos acontece. Afinal, estamos lidando com pessoas e elas fazem o que querem. O mundo nem sempre vai agir com justiça ou carinho com você. Pelo contrário, o mundo será implacavelmente cruel, mas ao longo do seu caminho, se você permitir – e só se permitir – encontrará pessoas que o farão um lugar mais agradável. Quanto às demais, aquelas que decidiram lhe fazer mal, faz assim, deixa que elas sejam suas mestras e lhe ensinem o tipo de gente que você não quer e não precisa. Permita que elas ensinem a você quem você não deve ser e mostrem a pessoa extraordinária que você é. Você é muito jovem ainda, mesmo se você tiver meio século de vida ou apenas dezesseis anos de idade. Você é jovem. Para a vida nunca estamos prontos, aprendemos todos os dias e sempre.

Assim, não ponha mais a cabeça neste travesseiro para chorar; não olhe mais no espelho para autoflagelar a sua vaidade; não encoraje seu pessimismo em ser amada; não remoa todas as injustiças que lhe fizeram. Claro, eu no seu lugar também vestiria essa máscara da amargura. Aliás, eu também já passei por tudo isso e a melhor coisa que eu fiz foi desistir de me forçar a aceitar o que fizeram a mim. Eu decidi fazer o que eu quisesse e eu só quero ser feliz. E você, o que quer?

Rândyna da Cunha

Rândyna da Cunha nasceu em Brasília, Distrito Federal, em 1983. Graduada em Letras e Direito, trabalha como empregada pública e professora. Tem contos publicados em diversas revistas literárias brasileiras, como Philos, Avessa e Subversa. Foi selecionada no IX Concurso Literário de Presidente Prudente. Participou da antologia Folclore Nacional: Contos Regionalistas da Editora Illuminare e das coletâneas literárias Vendetta e Tratado Oculto do Horror, da Andross Editora- http://lattes.cnpq.br/7664662820933367

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  • Esses textos falam exatamente tudo, tudo o que em certos momentos precisamos ouvir, ler....que Deus os capacite para nos trazer sempre uma palavra. ....Deus os abençoe a todos vocês que escreve...

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Rândyna da Cunha

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