Por Isabela Nicastro / Sem Travas na Língua
Seria legal que você descobrisse. Que fizesse uma visita interna, em meio às suas questões, para descobrir o motivo da abundância de amor no outro te incomodar tanto. Talvez esteja faltando algo aí. Alguma coisa, ou melhor algum sentimento, que parece estar tão evidente no outro, mas que falta em você. Sinceramente, essa é a única explicação que consigo encontrar diante de tanta raiva, ódio e desrespeito ao amor do outro.
Esses dias estive conversando com um casal de mulheres, conhecidas de um amigo. Uma delas descobriu-se homossexual ainda aos sete anos. Foi casada, teve um filho e, só depois de muito tempo, conseguiu ir atrás do que realmente lhe fazia feliz: o amor. No entanto, para isso, precisou e precisa constantemente abrir mão de várias coisas simplesmente porque algumas pessoas não aceitam o amor delas. Não só não aceitam, sobretudo, não respeitam.
Precisam abdicar das reuniões de família, pois têm medo de serem hostilizadas e até mesmo violentadas pelos próprios familiares. Não conseguem andar de mãos dadas em público, porque alguém pode se incomodar com isso a ponto de agredi-las. Não podem nem alugar a própria casa em que vivem sem dizer ao proprietário que são apenas amigas, irmãs ou, quem sabe, primas. Precisam inventar mentiras para proteger o amor.
No mínimo contraditório, não? O amor, um sentimento tão nobre e tão belo, precisa ser protegido em pleno século XXI. Precisa de mentiras e artimanhas para que não seja violado. Precisa de leis que certifiquem o seu direito. Além disso, precisa de inúmeras mortes para que então possa ser reconhecido. E, infelizmente, ele ainda precisa do seu respeito. Infelizmente.
Saiba que você não tem decisão ou qualquer direito de opinião sobre o amor do outro. Só que ainda precisa respeitá-lo. Creio (e espero!) que, em breve, você não precise mais respeitá-lo. Não dessa forma que você encara o respeito, como simples obrigação. Que você possa enxergar o amor do outro como você enxerga o seu: um sentimento que te faz uma pessoa melhor. Aí você irá não só respeitá-lo, mas também se sentir parte desse amor.
Afinal, o amor nos une. Nos transforma em pessoas melhores. E talvez o que falte para você parar de se incomodar tanto com o amor alheio seja o amor próprio. Encher-se de sentimentos bons, de alegrias e de realizações na sua vida para que então, a felicidade do outro, te deixe feliz também. Que você entenda o seu sentimento primeiro para, só depois, passar a julgar o que acontece à sua volta.
Que o amor contagie. Que o respeito seja natural e não obrigação. Que a felicidade do outro não te incomode. Suplico por mais amor, por favor.
Fonte indicada: Sem Travas na Língua
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