Não sei vocês, mas tenho aceitado a ideia de não exigir demais do outro e, com isso, de perceber que o mais importante nessa vida é despir-se da inveja. O mundo não faz sentido com ela. Porque machuca, entristece e impede de ver, lá na frente, que cada um carrega a sua própria visão de universo.
Entendo vivermos em tempos velozes e com uma diversidade de informações impressionantes, mas, quando ao permitimos esse mar de rostos e comportamentos, acabamos nos esquecendo da nossa importância individual para fazer do convívio com outros, melhor. Invejar status, posses e tantas trivialidades, enfraquece o coração. Num primeiro momento, você pode até pensar ser algo produtivo. Afinal, defende a ideia da inveja sendo uma espécie de movimento. Mas não é isso. No fundo, o que existe é uma tristeza preocupante sobre a própria vida. E eis que surgem conversas acerca do merecimento. Como pôde, o ser em questão, conseguir algo que eu deveria ter? Mensuramos qualidades, analisamos defeitos. Todo e qualquer argumento a ser utilizado entra em pauta no momento de interrogar a vida. Os porquês criam raízes profundas e, a inveja, cresce.
Chegamos num ponto do qual desejar o bem do próximo flerta com a inveja. Melhor, disfarça-a. Em vez de buscarmos evoluir e abraçar o que nos é proposto, tanto por orgulho quanto afeição, escolhemos o caminho mais fácil e medíocre. Colocamos essa máscara emocional da subtração. De energia e carinho para com àqueles que dizemos nos importar. Desculpa, mas assim não quero mais. Não posso mais.
Porque quando falamos de soma, é justamente na ausência da inveja o seu surgimento. E para quem desconhece o significado de mundo, o amor esteve lá desde o início. Sem inveja, mas repleto de querer bem. Genuinamente, o mundo. Agora tudo faz sentido.
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