Gostaria que pensasse em quantas pessoas perdeu ao longo da vida. Se for muito difícil, gostaria que pensasse apenas nas que perdeu nos últimos dois anos. Conseguiu pensar? Foram muitas? Poucas?
Começo com um testemunho.
Muitas pessoas foram embora porque eu abri a porta. E digo que muitas das que foram, merecem que eu volte e me retrate (esse tempo chegará em breve). Outras, partiram pelo fluxo natural da vida, e nesse caso tudo bem, a vida leva e traz pessoas para perto, não se preocupe.
Voltando ao assunto, falarei sobre o que tem me incomodado profundamente nos últimos dias. O distanciamento das pessoas, a quebra de amizades, relacionamentos, vínculos muitíssimo importantes (por pouco). Normalmente, o pouco chama-se ego.
A luta diária para defender nossas convicções tem ferido a muitos. Penso que isso começa como uma ferida, que doía muito, mas que após a reincidência, tornou-se agressão. Uma das frases que tenho gostado bastante nos últimos tempos é “não se torne aquilo que te feriu”.
Acho de muita sabedoria calar-se.
Quando nos calamos, não nos abstemos daquilo que somos ou anulamos o que é nosso por direito (expressar-se). Mas abrimos portas para aquilo que acho muito melhor do que o combate, que é a possibilidade de ouvir e ver o outro.
Diariamente criamos muros com nossas ideologias e debates, onde uma das principais motivações se encontram no “eu”. Muros que nos separam das pessoas, nos vendam os olhos e nos mantém em um moinho de desamor.
Então, do que vale falar o que pensa e ferir meio mundo de gente? Parece ilusório, mas entre perder um amigo e me manter em silêncio, optarei pelo silêncio. Amigos valem mais que minhas convicções, e com amigos ao meu lado, maravilhoso será trocar as ideias que temos.
Somos e devemos ser diferentes um do outro, isso fará com que a vida se mantenha em equilíbrio. Enquanto um fala, o outro ouve. Enquanto um molha, outro seca. Enquanto um canta, outro toca. Imagine só se fizéssemos todos as mesmas coisas? Que caos seria!
Nossas diferenças nos dão a possibilidade de criarmos pontes sensacionais. Acredito na plenitude do aprendizado através da vida do próximo. É maravilhoso sentar, discordar, respeitar e voltar a amar. Debater sem ferir, promover sem corromper, estar sem ferir, amar sem vendar-se. Criar pontes, não muros.
Ah, que tal perdoar-se e pedir perdão?!
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