Uma carícia na alma pode nos fazer sentir plenos, completos e em conexão com as pessoas cujos abraços são muito mais profundos e chegam a nos recompor por dentro.
Apapachar é considerada uma das palavras mais bonitas do idioma castelhano, dentre outras razões, pela conotação que foi adquirindo com o passar dos anos e a extensão do termo, que se traduz em uma bela expressão: acariciar com a alma.
Esta bela palavra provém do náhuatl “apapachoa” e já deu voltas ao mundo. Porém, tal e como destacamos anteriormente, o termo original não tinha este significado tão sentimental.
Concretamente foi no processo de castelhanização da palavra que esse sentido surgiu, pois originalmente ela era usada para se referir às ações de amassar, massagear ou sovar com suavidade.
Com o passar do tempo foi tomando a forma desse significado que já mencionamos, apapachar, como acariciar com a alma para dar lugar à nudez emocional.
Acariciar com a alma: a encontro emocional através dos “apapachos”
Um “apapacho” é algo mais do que um abraço. É cumplicidade, conexão emocional, um contato que vai mais além de qualquer outro abraço. Cada qual lhe dá a intensidade que considera à sua definição.
Esta nudez emocional da qual falamos não se consegue com qualquer um e nem de uma hora para a outra, pois é necessário tempo, força e vontade de escutar, de sentir, de abraçar e acariciar com a alma.
Neste sentido, não é de se estranhar a afirmação de que um bom “apapacho” começa por nós mesmos, pela importância de identificar os sentimentos e as emoções que estão à serviço de nossa pele.
Escutar, conectar e conhecer nossa mochila emocional requer um processo de escaneamento e supervisão de nossos medos, conflitos, inseguranças, vitórias e aprendizagens.
Apenas se pudermos ver e sentir “as roupas que nos vestem”, conseguiremos despir essa parte de nós quando a ocasião se apresentar.
“O autoconhecimento de nossas vulnerabilidades emocionais não faz com que elas desapareçam, mas ter uma concepção mais profunda sobre elas implica que cada vez que apareçam em nossa vida possamos identificá-las e atuar sobre elas, impedindo-as de afogar nossas conexões emocionais.”
Completarmos a nós mesmos através das emoções
A verdadeira sedução não é a que se realiza através das palavras ou do contato pele com pele. Precisamos de nossas emoções e de nossos sentimentos para falar a linguagem dos abraços da alma.
Somos seres emocionais que pensam através da linguagem das emoções, pois só através disso recebemos o poder de uma conexão autêntica.
Os problemas desaparecem por segundos, algo se reconecta em nosso interior, a angústia deixa-se envolver e nos vinculamos mais além do tempo e do espaço. Entre outras palavras, um “apapacho” atua como um bálsamo reparador.
Sentir-se querido, uma das melhores sensações que existem
Saber que somos amados é uma das melhores sensações que podemos sentir. É acolhedor, reconfortante e energizante.
Ser consciente de que alguém gosta de você de forma sincera é maravilhoso, pois o amor é sempre um impulso que nos ajuda a recuperar o equilíbrio que desejamos nos maus momentos.
Digamos que tudo isso funciona como um salva-vidas, um flutuador que nos coloca na superfície e nos possibilita respirar. Poderia-se dizer que nossos vínculos são, sem dúvidas, oxigênio psicológico para nós.
Uma definição preciosa disso encontramos em uma passagem de uma obra de Paul Auster, “O palácio da lua”, na qual define-se perfeitamente o que sentimos quando o amor dos outros nos resgata do poço no qual caímos e do qual não podemos sair:
“Naquele momento eu o ignorava, mas sabendo o que sei agora, é impossível ignorar aqueles dias sem sentir uma nostalgia por meus amigos. Em certo sentido, isso altera a realidade do que experimentei.
Eu tinha pulado da borda do penhasco e justamente quando estava a ponto de encontrar o fundo aconteceu algo extraordinário: lembrei que havia gente que me amava. E quando alguém ama desse modo, tudo muda.
Não diminuiu o medo da queda, mas deu uma nova perspectiva do que significa esse medo. Eu tinha pulado da borda e então, no último instante, algo me pegou no ar. Esse algo é o que defino como amor.
É a única coisa que pode deter a queda de um homem, a única coisa poderosa o suficiente para invalidar as leis da gravidade”.
Podemos afirmar que as pessoas às quais nos vinculamos emocionalmente nos ajudam a levar o leme de nossas vidas, a tomar o controle e a gerenciar nossos sentimentos, pensamentos e emoções.
Devemos ter muito presente que a nudez emocional só se consegue através do conhecimento interior e da nudez pessoal com nós mesmos.
Por isso é essencial acariciar com a alma o nosso interior, para poder permitir que o processo de crescimento socioemocional siga fluindo.
Desta maneira quebramos nossos medos e nos entregaremos ao calor do lar que somos capazes de criar através dos “apapachos”.
Este encontro tão profundo merece, sem dúvidas, uma palavra tão bela como é APAPACHAR.
Fonte indicada: Melhor com Saúde
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