Há pessoas para as quais olhamos e desconfiamos que, em seu íntimo, estão circundadas por “trevas”. Seu modo de agir nos dá pistas de que, diferentemente do que pode aparentar, dentro do seu coração rolam soltos o pessimismo, a desesperança, os conflitos. Muitas vezes, apenas confusão. Confusão por não se compreender. Confusão por não se ajustar. Confusão por não se encontrar. Por não saber nem por aonde começar. É uma guerra interna. A pessoa, com ela mesma. E é uma briga perdida, pois não há como uma parte dela sair vencedora e a outra perdedora. Enquanto houver conflitos internos, sempre haverá perdas. Perdas que, em sua maior parte, são pessoais e intransferíveis.
Há outras pessoas que, ao contrário, olhamos e vemos luz. Elas iluminam onde passam. Sensibilizam corações, amolecem calosidades da vida, tornam nosso dia melhor, nossos problemas menores, o ambiente mais leve… São um convite ao autoconhecimento, ao autorresgate e à iluminação, às vezes, sequer sem nada fazer diretamente. Pode ser um colega, um terapeuta, ou até mesmo um desconhecido. Há pessoas que, assim que as vemos pela primeira vez, já constatamos que são pura iluminação. Muitas vezes, basta apenas a sua presença para nos levantar. Conviver periodicamente com elas, trocar ideias, ouvir suas lições, então, pode significar a mudança do rumo das nossas vidas. São sempre bem-vindas, a qualquer pessoa, a qualquer lugar.
Todavia, a maioria dos seres humanos não é nem tanto escuridão, nem tanto luz. Oscilam entre um e outro. Ora uma porcentagem maior deste, ora daquele. E o equilíbrio, diversamente do que possa parecer, não é a divisão perfeita entre ambos. Uma vida equilibrada virá quando formos mais luz. Nem que seja mais luz apenas para nós mesmos, o que já é uma conquista e tanto!
Como, então, deixar que a luminosidade prevaleça? Ele, como sempre: O AMOR. Simples e solenemente o Amor. Mas que tipo de amor, amor por quem? O Amor mais genuíno e puro possível, sem gênero, sem destinatário, sem medida, sem descrição. Aquele que vem da fonte divina e inesgotável, que está sempre à disposição de tudo e de todos. Aquele que é possível acessar sozinho, a qualquer hora, em qualquer lugar.
Aquele que basta fechar os olhos, colocar as mãos no peito e sentir. Aquele com o qual basta silenciar um pouco a mente (quase sempre tagarela demais) e se conectar. Conexão com aquilo que se acredita ser superior a tudo e a todos (o nome não importa). A força motriz. A energia vital universal. O grande espírito. A divindade.
É aquele sentimento que gera, de repente, uma alegria genuína simplesmente por se existir. Que ocasiona um desejo simples e profundo de bem querer a todos, indistintamente. O sentimento que não julga, não questiona, não busca comprovação científica e nem reconhecimento alheio. Ele apenas existe para ser sentido. Para conectar. Para iluminar…
Se pararmos para pensar, veremos que, no fundo, tudo se resolve com ele – o Amor -, sem maiores procuras e divagações: conflitos internos, externos, vazios existenciais, perdimentos, ansiedades, tristezas, angústias, desilusões…
Ele preenche espaços vagos, cura feridas, apaga a dor, acalenta o coração sofrido, une as pessoas, acaba com os conflitos, traz paz ao planeta.
Vale a pena darmos uma chance a ele na nossa vida. Simples assim: parar, silenciar, conectar, sentir. Sem estudos ou técnicas complicadas. Só nós e a nossa disposição, a nossa vontade e a nossa predisposição à iluminação, que nos é inerente, não tenhamos dúvida! A escuridão, pois, vai ficando, pouco a pouco, para trás…
Abrir-se ao Amor, permitir-se, entregar-se: isso pode mudar o mundo! Começando com o nosso mundinho particular. Expandindo, depois, mesmo sem querer, para o entorno. Porque, sim: chega uma hora em que ele transborda. Não cabe mais apenas no nosso peito. E é automática a sua ligação com os todos os amores expandidos das outras pessoas. E assim surge a luz! Aquela que cada um nós e o planeta tanto precisam…
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