Por Raquel Brito
Há vínculos que nos debilitam de maneira sistemática. São as amizades possessivas e tóxicas, uma relação que compartilhamos com pessoas absorvedoras e que acaba convertendo um sentimento genuíno e valioso em uma fonte do terror.
As pessoas absorvedoras nos esgotam, nos debilitam e sugam a nossa energia de maneira frequente, não deixando espaço para os interesses e as necessidades que cada pessoa tem de forma individual.
Provavelmente quando recriminamos as exigências dessas pessoas elas dizem que fazem isso para o nosso bem, o que nos faz questionar se a nossa atitude é a mais adequada, manipulando o nosso sentimento de culpa para ir ao encontro da sua vontade.
É possível que estas pessoas não nos queiram fazer mal de forma consciente, além disso, também é provável que nós mesmos, em algum momento, nos tenhamos convertido em absorvedores e tóxicos.
A atitude egoísta dessas pessoas pode ser explicada por um estado emocional negativo crônico e uma falta de autoestima que procuram suprir da única maneira que sabem: tornando suas as pessoas que as rodeiam.
A coação da nossa liberdade emocional e relacional funciona como a predação. Os potenciais “predadores” emocionais procuram as pessoas mais apetitosas, que é o mesmo que dizer aquelas pessoas que possuem as características que todos desejam: amabilidade, carisma, força de vontade, etc.
Como já sabemos, quem a boa árvore se encosta, boa sombra o acolhe. Por isso, estas amizades possessivas e tóxicas aproximam-se da boa essência dos seus amigos, maquiando as suas ações com a bandeira da amizade verdadeira.
Mas a verdadeira amizade não é aquela que nos impede de crescer, mas sim aquela que alimenta o equilíbrio e o bem-estar de todos os membros da dualidade. Dessa forma, podemos saber que uma boa relação NÃO é:
Há vampiros de todas as idades e condições. Habitualmente são pessoas próximas de nós que usam o seu poder e a sua astúcia para satisfazer a necessidade de ação manipuladora, meio pelo qual obtêm a alimentação socioafetiva que tanto procuram nas amizades possessivas.
Quanto mais mascaradas estão, mais perigosas são. Pode ser que sejam amizades de longos anos e que a intensidade das experiências vividas nos impeça de ver a árvore doente dentro de um frondoso bosque.
Sua habilidade para argumentar uma visão de mártires procura conseguir que os outros se convertam em propagadores das virtudes do próximo.
Dessa forma, essas pessoas cedem nas discussões e disputas apenas quando sabem que podem alcançar um benefício maior. Manipulam habilmente o “você é pior” e o “lembra quando… agora é a sua vez”. Esse “é a sua vez” é apenas uma concessão ainda maior que a anterior.
Elas têm dificuldade para aceitar uma confrontação direta, por isso fogem quando algo as incomoda e não se encaixa com os interesses do seu ego, procurando usar isso em outra situação mais apropriada às suas necessidades.
Além disso, elas costumam vestir as suas reações com uma emocionalidade dramática, algo que acaba por prendê-las entre as grades da compulsão, o que provoca um repetição dos seus estratagemas absorvedores.
Mas as amizades bonitas e saudáveis são o contrário absoluto disto. São as que dão asas para voar e motivos para ficar, são as que propagam a sensibilidade e a emocionalidade de maneira equilibrada e genuína.
Lembre-se de que a sua capacidade de identificar este tipo de pessoas depende de não prenderem você e os outros ao seu redor. Fuja das adagas disfarçadas das amizades possessivas e procure sempre o equilíbrio, porque garanto que disso você não vai se arrepender. Distancie-se de que o afasta de você mesmo.
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