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Silêncios que falam

Há momentos em que falar não adianta, a comunicação expressa não funciona, as palavras nos fogem, se tornam insuficientes para sanar problemas, promover paz, aproximar. Ao contrário, elas se perdem nelas mesmas, se tornam armas ou escudos que afastam. Há momentos em que só o silêncio pode falar por nós.

Na ânsia de não deixarmos nada mal resolvido, sempre recorremos às palavras pois, de fato, elas são a forma mais imediata de resolvermos situações. Falar o que sente, pedir perdão, expor medos… Isso tudo pode curar. Mas há um momento, sempre há um momento, em que tudo isso já foi usado e já não adianta mais verbalizar culpas, desculpas, declarações, sentimentos ou decepções. É aquele momento em que você escuta mil vezes a mesma música e acaba por entender que está na hora de silenciar o som, silenciar o tom. Deixar o silêncio agir porque o silêncio pode curar. Reencontrar a fonte, a voz interior que ficou o tempo todo calada enquanto todas as palavras eram faladas.

Eu aprendi o quanto foi importante desnudar a minha alma e expor os meus sentimentos quando eu os sentia. Mas agora o momento já é outro, e eu começo a entender o quanto é importante eu expor meus sentimentos a mim mesma. Há quanto tempo estive fora de mim? Estou sendo composta por silêncios, silêncios que falam com a alma, que falam com os sonhos, que falam com os medos e que curam o coração. Já não há mais urgências… Eu sinto o silêncio aqui dentro me invadir lentamente como as ondas de um oceano pacífico. Após um logo tempo de turbulências, eu atravesso a tempestade e me sinto em paz.

Nat Medeiros

“Sou personagem de uma comédia dramática, de um romance que ainda não aconteceu. Uma desconselheira amorosa, protagonista de desventuras do coração, algumas tristes, outras, engraçadas. Mas todas elas me trouxeram alguma lição. Confesso que a minha vida amorosa não seguiu as histórias dos contos de fada, tampouco os planos de adolescência. Os caminhos foram tortos, íngremes, com muitos altos e baixos e consequentemente com muita emoção. Eu vivo em uma montanha-russa de sentimentos. E creio que é aí que reside o meu entendimento sobre os relacionamentos. Estou em transição: uma jovem se tornando mulher experiente, uma legítima sonhadora se adaptando a um mundo cada vez mais virtual. Sou apenas uma mas poderia ser tantas que posso afirmar que igual a mim no mundo existem muitas e é para elas que escrevo: para as doces mulheres que se tornaram modernas mas que ainda acreditam nas histórias de amor.”

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