Vez ou outra, remexemos algumas gavetas. Dentro de nós, ou não. Daí começamos a rever coisas, lembrar de momentos e até mesmo sentir cheiros que há muito tempo não sentimos.
Hoje acordei com saudade. Sim. Saudade do que a gente foi e do que nunca seremos. Não tenho vergonha de admitir isso. Eu queria sim, gostar menos de você, mas meu coração não é apenas um coração. Ele tem um outro membro acoplado. Uma cabeça dura.
Eu juro. Juro que tento e tenho até me saído bem, mas vez ou outra meus pensamentos não são meus. Como que por uma causa maior que a complexa lei da gravidade, me perco pensando em você.
A gente vai seguindo. Olha pra trás, mas não deixa de andar. Hora apressado em encontrar um novo amor que possa preencher um coração vazio e machucado, hora meio devagar e como quem não quer nada. Apenas caminhando e contemplando a paisagem ao redor.
Pode ser que nunca mais a gente se fale. Pode ser que nunca mais eu te veja de perto. Pode ser que a gente nem fique sabendo quando um ou outro se casar e ter filhos. Pode ser que daremos os mesmo nomes que tínhamos escolhidos para nossos filhos quando estávamos juntos.
Sinto saudades. Mas hoje, não é mais uma saudade que dói. É uma saudade regada com coisas boas mesmo que talvez você nem mereça essa parte, mas a minha parte é de paz de espírito. Minha saudade é como um velho filme em preto e branco. Às vezes com som. Às vezes mudo. Mudo como quando a gente se olhava e sentia só pelo olhar que seria para sempre… Não foi. Saudade boa do pra sempre que sempre será de saudade. Um pra sempre que será sempre lembrado.
Minhas gavetas hoje estão vazias, mas ainda não consegui esvaziar meu peito. Pode ser que amanhã ele acorde sem nada por dentro. Ou pode ser que daqui ha dez anos eu ainda me lembre de como era bom dormir e acordar com você.
Se eu sentir saudades, não será o fim do mundo. Será “apenas” o que define dia após dia, o fim do nosso amor.
Pode ser que meu amor por ti mude de acampamento e decida fazer barraca n’outro coração.
Não farei disso uma regra. Pro amor, não há nada dito e definido. Simplesmente acontece. E na maioria das vezes, as escolhas nos escolhem… mas só se permitirmos. No momento, só me permito uma coisa: VIVER!
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"Como que por uma causa maior que a complexa lei da gravidade, me perco pensando em você."
As vezes estamos tão conectado ao dono dessa saudade que quando a outra pessoa sente, somos puxados ao mesmo pensamento. Como se fossem conectados de tal forma que ainda estão juntos, mesmo sem se ver, mesmo sem estar presente em carne e osso, mas ainda em pensamento e sentimento.
Acredito que isso só passa quando um dos dois esquece a outra pessoa. Só com um dos dois esquecendo para a "conexão" se desfazer. (E é ai que vai doer, claro, se você for quem ainda lembra e perceber que foi desconectado)...