De que vale um status de relacionamento com cem curtidas, se os beijos não duram sequer um minuto? De que servem dezenas de declarações públicas quando o que realmente importa é resolvido em modo privado? Qual o sentido em ostentar fotos de casal quando, ao menor sinal de estremecimento, elas são simplesmente deletadas?
A internet, como facilitadora que é, se apresenta como um verdadeiro alento para pessoas que se querem bem e que se encontram fisicamente distantes, porém, ela jamais pode ser um pretexto para a falta de abraços na vida de quem tem essa possibilidade. Quando o assunto é toque, o touchscreen leva desvantagem. Amor pede olho no olho; chamadas de vídeo e mensagens de texto tendem a favorecer os covardes, pois, sempre haverá a desculpa de uma conexão ruim.
Paixão pede plateia, amor pede cumplicidade.
Quando estamos apaixonados, desejamos que o mundo assista de camarote a nossa felicidade, mas, quando tornamos públicos os nossos romances, tornamos públicas também as expectativas em torno deles. Aí mora o meu questionamento: em tempos de exposição total, quão interessante pode ser um amor confidencial, longe dos holofotes, do mal olhado e da dor de cotovelo de quem é – infelizmente – mal amado?
Admito que sou um entusiasta das relações virtuais. Conheci – e continuo conhecendo – pessoas fantásticas através das redes sociais, pessoas que tornam-se, muitas vezes, inesquecíveis. Já expus alguns dos meus relacionamentos também e, quem sou eu para dizer que não o farei novamente, um dia. Este texto não é nem de longe uma condenação, mas uma pequena reflexão acerca dos desgastes que a uma exposição desse porte pode acarretar a uma relação amorosa, entretanto, somente o casal em questão é capaz de tomar essa decisão.
Espero que os romances sejam lindos e duradouros, com ou sem um status de relacionamento nas redes sociais.
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