Nesses tempos em que estamos é comum pensarmos que podemos acertar e errar no amor a torto e a direito. “Que se não der certo é só terminar o relacionamento e partir para outra”. O que não paramos para pensar é que quando colocamos emoção em uma equação, nada é tão simples assim.
Eu diria que pessoas são como livros e nós muitas vezes entramos em uma livraria ou biblioteca e ficamos lá por um longo tempo a ler resenhas, a folhear páginas, fazendo pesquisas, mas no amor nem sempre somos tão exigentes. Muitas vezes, estamos ocupados demais com outras coisas para dar a devida atenção ao amor.
Então, em um determinado dia, uma certa pessoa aparece em nossas vidas. Ela tem um sorriso lindo, uma alma independente e parece caber no momento que estamos vivendo. Tudo parece ótimo, exceto pelo fato de que não olhamos com atenção se aquela pessoa cabe, não em um momento da vida, mas em toda ela. Não desprendemos tempo para ler, se não boa parte dela, ao menos sua resenha com minúcia.
Entramos despretensiosos naquela nova “história”. Dedilhamos aquela pessoa sem refletir se realmente ela é para nós. Pode ser que essa nova pessoa seja drama e que nós sejamos amantes de comédias. Pode ser que essa nova pessoa seja terror e ficção e que nós sejamos fãs de romances água com açúcar.
Daí podemos pensar “tudo bem, eu paro a leitura no meio e devolvo o livro”. Um livro pode ser devolvido para a prateleira, mas uma pessoa não. Quando lemos outra pessoa ela passa a viver em nós e mesmo que um dia essa história tenha um fim, pode ser que estejamos ligados a ela para sempre.
Qualquer leitura ou interação amorosa pede um montante significativo de tempo. Dedicamos tempo para ler um livro, dedicamos muito mais tempo para ler uma pessoa. Chegar ao fim de uma história de amor e perceber que ela não era nada daquilo que queríamos, nos ferir ou ferir alguém por não prestarmos a devida atenção à leitura da resenha do outro, é danoso para todos os envolvidos.
A vida é muita coisa, mas sobretudo tempo. E tempo hoje é matéria preciosa e vem contadinho pra gente. Dispender nosso tempo de forma leviana ao que não preenche, a um enredo que não acolhe, a uma narrativa que se definha graças as entrelinhas mal lidas à princípio é deixar-se machucar e machucar de forma leviana. O amor é coisa séria, apesar de ser vendido muitas vezes baratinho na seção de saldos.
Se atentos e dispostos em nossa leitura, provavelmente o amor ficará para sempre guardado em nosso melhor, afinal sabíamos bem em qual enredo estávamos entrando, mas se displicentes e desatentos pode ser que o amor se transforme em algo indefinível e doloroso.
Que nós possamos ser ótimos leitores de livros, mas que na vida sejamos experts em ler pessoas. Nosso futuro agradecerá e o daqueles que nos cercam também.
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