Amo por descuido, prazer, união das vértebras, conjunção dos joelhos. Por safadeza, beleza, overdose de coragem. Por falta de juízo, falta de ocupação, de saudade, de regras.
Amo pelos olhares encontrados, brilho da lua, gosto do beijo, sorrisos marotos, alegria sem motivo e pelos pés fora do chão.
Amo pela sensação de pertencimento do meu amor. Pelo frio nas mãos. Pelo arrepiar na nuca. Amo também porque amar dá um frio na barriga. Amo pela ausência de teorias para amar.
Amo porque me perco nas palavras e o amor me dá coragem de fazer aquilo que eu nunca faria se fosse normal.
O amor ajuda-me a suportar as verdades então, amo pra falar bobagens, fazer histórias, guardar na memória, tolerar o dia, pra lembrar como é bom amar. Amo para não fazer feio na vida.
Amo pra grudar meu corpo, calar minha boca, soltar meu mel. Por dengo, chamego, desassossego. Amo pela temperatura quente do amor. Na boa, eu amo porque amor é a única palavra que faz rima, canção, poesia, filme e outros salamaleques.
Amo porque o amor facilita o entendimento entre duas pessoas de vidas tão diferentes, e transforma dois corpos, um lençol e uma cabaninha em um castelo com um rei e uma rainha.
Amo porque o amor me leva a todos os planetas sem sair do lugar.
Amo pelas minhas carências, toxinas e embriaguez. Amo porque o amor é capaz de me distrair e considerando esse quesito faz a vida acontecer em um único capítulo interminável, de cor azul, com todo o restante dos dias, sendo feriado. O amor é ininterrupto. Não tem pausa. Não possui outra versão e nem tagarela pedindo bis. É contínuo, sem pontuação, acentuação e sem outras frescuras. Amo porque o amor não desistiu de mim.
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