Por Mario Feitosa
Há uma mania besta de dizer que “não deu certo“, quando um relacionamento termina…
Todos os meus relacionamentos deram certo, e, hoje, digo isso com sorriso nos lábios.
Descobrindo, aos poucos, que por mais que queira que o pudim de sobremesa dure para sempre, ele não vai durar. Pedaço a pedaço, será consumido e, após o último, terminará.
Pergunta sincera: esse pudim deu errado?
Se deu errado, por quê foi comido inteirinho, deliciado e aproveitado?
Receita que dá errado, se joga fora antes mesmo da conclusão, antes de iniciar o consumo.
Sabe por qual motivo sorrio, afirmando que todos meus relacionamentos passados deram certo? Simples! Porque foi assim!
Alguns deram certo por dias. Outros, por anos. Alguns deram certo por semanas. Outros por meses.
Teve relacionamento que deu certo durante a paquera. Tiveram os que deram certo durante a foda. Outros tantos, deram certo por uma noite, e me arrancam suspiros pela lembrança de um tal olhar, um tal cheiro, um tal e, talvez, único beijo.
Sim, todos terminaram, como tudo nesse planeta termina; como o delicioso pudim da sobremesa termina.
Porém outra vez, não por terminar não “deu certo”.
No atual estado, talvez já livre demais – mais do que, talvez, devesse -, sou capaz de revisitar, um por um, lembrando como e quanto errei, quanto e como erramos juntos e, principalmente, como, quanto e quando acertamos.
Talvez tornar-se sommelier dos próprios sentimentos seja um presente da vida… Afirmo: que presentão!
Olhando p’ra traz, buscando entender esses altos e baixos, começa-se a pegar a métrica do tal ensino que a vida propõe, como sempre disseram os mais velhos…
Aprendendo essas pequenas lições, nas tarefas “de casa” sobre o coração, todo primeiro encontro se torna mais visceral, toda despedida se torna mais branda, franca e feliz…
É de um prazer tão imenso a delícia de saber que tudo que começa, vive e morre… É refletir a lógica da vida, em si, nas outras tantas vidas que vivemos.
Nascer, crescer e morrer…
Entrevista, emprego e demissão…
Apaixonar-se, viver e afastar-se…
Convido a isso: convido a revisitar toda e qualquer história passada, com carinho pulsando no peito, estudando os melhores e piores momentos, colhendo lições e recordações, afogando, na maré do senso comum, a regra de esquecer-se do seu próprio passado – esse mesmo que te fez quem é hoje.
Convido a fotos mentais dos melhores momentos, e à eterna gratidão por quão maravilhosos foram, compensada com o eterno trazer desses na mente, acompanhados da estampa de um sorriso.
Todos os meus relacionamentos deram certo. Todas minhas antigas parceiras me foram donas, professoras e cúmplices. Todos os sentimentos que compartilhamos nos moldaram. Todas, e cada uma, tornaram-se porta-retratos de bom passado na minha alma, e, ali, ficarão para sempre.
Aposto um dedo que os seus também ?
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