Por Jéssica Vieira
A primeira vez que pensei em sair de casa foi aos seis anos de idade. Falei aos meus pais que iria arrumar as malas (que eu nem tinha!) e me mudaria para uma casa na árvore onde eu pudesse brincar em paz com os meus livros, as minhas bonecas e os meus ursinhos de pelúcia.
Uma ideia que, obviamente, só se sustentou até a hora do lanche, mas que, inevitavelmente, foi se construindo de outras formas ao longo do tempo.
Vinte e seis anos depois, arrumei as malas (que agora eu já tinha!) e resolvi me mudar. Não para uma casa na árvore, infelizmente, mas para onde coubessem todas as mudanças que o tempo fez em mim. E que acaba fazendo em todos nós.
Mudanças de planos, de amores, de amigos. Mudanças de pontos de vista, de estilo, de cortes de cabelo. Mudanças de prato favorito, de emprego ou de alimentação… Mudanças que cobram espaço, exigindo da alma um cantinho novo e tranquilo para reorganizar tudo em seu devido lugar.
Reorganizar as regras, os móveis, o tempo, as responsabilidades, o cardápio, as visitas, as festas, o que exige barulho e o que pede silêncio. Reorganizar as relações com os outros e consigo mesmo. Reorganizar todos os espaços, inclusive os de pai, mãe e filha. ♥️
Se antes eu me sentia acolhida só por chegar em casa, hoje me sinto gigante por acolhê-los. Seja com um sofá quentinho, com um prato delícia que aprendi a cozinhar, com uma palavra de conforto/motivação ou com a serenidade ao poder mostrar que, mesmo longe do mesmíssimo teto, continua dando tudo certo por aqui.
“Eu sei me virar sozinha!”, não mais aos gritos dos seis anos, mas à risada marota dos 32, oras! 🙂
Mudar. Da casa dos pais, de cidade, de emprego, de posição, de amor, de país. Mudar. A cor da parede, o caminho de volta, o corte do cabelo, a cama do lugar. Mudar. Para se (re)conhecer melhor, para se tornar maior.
Mudar. Sem medo, pois leva-se a casa dos pais a todo e qualquer lugar aonde se vá!
Fonte – via Deixe-me contar
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