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Saia de si mesmo e enfrente o mundo

Por Edith Casal

Cada pessoa tem o seu próprio temperamento na hora de enfrentar o mundo: alguns são muito expressivos, enquanto outros preferem ser mais reservados. Estes traços de personalidade não são um problema, a menos que não haja um equilíbrio. Se você não consegue ser discreto quando a situação exige ou entra em pânico quando está sozinho, algo está errado. Se você se fecha em si mesmo e é impossível se mostrar, também há problemas.

Algumas pessoas criam uma armadura invisível ao seu redor e acabam se escondendo do mundo. Elas são como o caracol que se esconde em sua concha e perdem o contato com a realidade. Acabam se tornando invisíveis para os outros e o seu comportamento excessivamente protetor acaba gerando grandes dificuldades.

“Ainda não inventaram um medicamento para aliviar os sintomas da solidão e do isolamento que acontece no final do dia”. -John Katzenbach-

Ser uma pessoa reservada é diferente de estar imerso em um isolamento social. No primeiro caso, a pessoa expressa o que sente com as pessoas nas quais confia ou já conhece há muito tempo. A pessoa que se isola emocionalmente não permite que os outros conheçam os seus sentimentos ou é incapaz de se comunicar. E isso é muito preocupante.

O que o impede de se mostrar e encontrar o mundo?

O isolamento emocional é, em primeiro lugar, uma manifestação de medo. Ele evita o contato com os outros porque imagina que vai se tornar vulnerável e sofrer. Acredita na falsa ideia de que não tem recursos ou possibilidades para enfrentar essa suposta ameaça, ou processar o sofrimento que pode acontecer nessa situação.

A pessoa que se isola tem um conceito negativo de si mesma. De alguma forma, não se sente merecedora de pertencer a um grupo social. É provável que se envergonhe dos próprios sentimentos e acredite que é melhor não expressá-los. Além disso, valoriza demais os outros, teme a sua opinião, sua ira e suas reações.

O isolamento emocional pode ter diversos graus e se expressar de maneiras diferentes. Às vezes o medo está “à flor da pele” e a pessoa sabe que o que a impede de sair de si mesma é o medo. Em outros casos, o que a pessoa sente é desprezo pelo outro, com distanciamento ou completa insensibilidade para com os demais.

Do isolamento emocional para o isolamento social

É lógico que todos nós temos um certo grau de reserva para expressar nossas emoções, sentimentos, pensamentos, sonhos, etc. Mas existe um problema quando alguém não consegue se expressar em voz alta em nenhuma circunstância. Neste ponto podemos afirmar que existe um isolamento emocional; a pessoa está presa dentro de si mesma.

Em muitos casos estas situações são resolvidas sem causar danos. Você simplesmente se desliga dos outros e conversa com eles apenas questões superficiais, mantendo um comportamento formal em diferentes situações ou adotando comportamentos estereotipados. Dessa forma, a pessoa se adapta ao seu ambiente, mas nunca entra em um contato mais íntimo com os demais.

Em outras circunstâncias, o isolamento emocional também leva ao isolamento social. A pessoa decide evitar o contato com os outros e passar dias inteiros sem falar com ninguém, trancado em sua casa evitando qualquer encontro ou situação social. Nestas condições, pode facilmente entrar em um estado de depressão ou ansiedade, embora frequentemente esses estados já existam anteriormente.

Os vínculos de intimidade são absolutamente necessários para manter a saúde mental. Todos os seres humanos precisam desenvolver relações baseadas na confiança, para o nosso amadurecimento e para nos sentirmos realmente conectados com o mundo.

Todo mundo precisa evoluir individual e socialmente para tornar a vida uma experiência gratificante. Então, se você tem a propensão de isolar-se dentro de si mesmo, talvez valha a pena se perguntar por que isso acontece. Não tenha medo, saia de si mesmo e enfrente o mundo.

via A Mente é Maravilhosa

A Soma de Todos Afetos

Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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