Eu tive que me recompor, sei disso. Foi como se toda minha vida começasse de novo naquele momento; já não lembrava quem era, o que fazia pra me sentir bem, o que gostava de comer. Todas as minhas memórias tinham o nome dele, minhas histórias se confundiam com as suas. Por isso mesmo já cheguei a pensar que fôssemos um. Ledo engano. Se eu tivesse sabido separar quem ele era de mim não teria me sentido metade quando ele partiu.
Eu conheço esse receio de que o ciclo recomece, o desespero contido de viver em busca do final feliz e sempre dar de cara com inícios. A vontade de gritar pro mundo: quando minha vez vai chegar? E me perguntar se eu tivesse saído de casa 5 minutos depois, e se eu tivesse sustentado meu primeiro namoro até hoje, e se eu tivesse pintado o cabelo de vermelho… Será que eu ainda estaria aqui? Quando fiz do meu destino um labirinto sem saída? “Já vi esse filme” é tudo que eu penso a cada história.
Mas, então, me dou conta que já não confio com a mesma facilidade, não me iludo com elogios falsos, não tento agradar quem não me acrescenta. Meu ciclo de amigos está menor, porém indubitavelmente melhor. Eu aprendi a me aceitar: meu corpo, meu rosto, meus gostos. Tenho a minha loucura, me vejo ao avesso, não me encaixo no correto. Recito falas ensaiadas do rascunho de meu romance desfeito, apanho os sonhos que encontro pelo caminho antes que enrijeçam. Só eu entendo a bagunça que carrego no peito. Não espero pela aprovação de ninguém.
Nem sempre sei diferenciar quem eu preciso de quem eu quero ter, mas faço o melhor que posso. Quem vier terá que me aceitar por inteiro; compartilho minha vida, sim. Mas me dividir? Não mais. Depois de um tempo eu descobri que até ter o coração partido tem seu charme. Temos que reconhecer nossos defeitos, mesmo os piores deles, e aprender a nos perdoar.
Nem sempre sorriremos de alegria, nem sempre choraremos de tristeza, mas faremos o que for possível pra seguir em frente um dia de cada vez. A nossa única motivação é aquilo que temos dentro da gente: nossas verdades secretas sobre as razões que nos levam a persistir. Então, a gente dorme com a consciência tranquila e não porque vencemos o mundo inteiro, mas vencemos a nós mesmos e podemos, enfim, ter paz.
via Bendita Cuca
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TEXTO PERFEITO!