Por Vanessa Rossi – via Obvious
Chega um momento da vida que amores pueris não mais satisfazem. Tragédia Shakesperiana não convence. Amores platônicos não enchem a sede da alma e palavras bonitas no whatsapp não comovem. Depois de tanto nos calejarmos em expectativas de toda espécie, na espera contemplativa do príncipe encantado – que só era real quando éramos meninas sem entendimento – ou no molde perfeito que criamos em nossa imaginação, passamos a nos abrir para outro aprendizado: o amor real. E o amor real, de carne osso, acertos e desacertos, medidas e desmedidas contempla a lei primeira: amor bom é amor correspondido. Nada de insônia, romances esquisitos, cilada de relacionamentos problemáticos; a gente passa a procurar mesmo é aquela calmaria que só existe depois da insanidade de experiências tempestuosas.
A verdade é que todo mundo quer aquietar o facho um dia. Até o mais conquistador, o Don Juan da turma (desconfio desses, pois são os que mais querem atenção) também desejam achar um amor vagabundo que seja. Amor pode começar no botequim. Na sala de aula ou numa roda de amigos. A verdade é que não existe protótipo para o amor perfeito. Até porque o amor perfeito não existe. Existe é a vontade de estar junto, de estar perto, de dividir aquele gosto em comum por comida japonesa e filmes de ficção científica em dias chuvosos (não necessariamente nessa ordem), e o respeito pelas diferenças. Agradar, ser agradado, ganhar ou fazer um cafuné.
Todo mundo quer amar e ser amado. Por isso, parto para essa premissa: não é possível amor sem correspondência e sem uma pitada de imaginação. Refiro-me à imaginação informal, daquelas que sonham os sonhos possíveis de viver a dois. Confesso que amadureci minha concepção do amor quando passei a não mais desejar a taquicardia, o some-aparece, o cafajeste sedutor para ceder lugar ao entendimento de um amor suave, do companheirismo, de alguém que se preocupa com você até mesmo debaixo d’água, ou nos momentos de TPM. E esse tipo de amor que me refiro é um sentimento que realmente se constrói com o tempo e intimidade. Em um mundo tão imediatista e vertiginoso como o nosso, relacionamentos longos passaram a ser encarados como surreais. Passei a considerar o que caracteriza o amor é a não desistência, além do respeito absoluto pela integridade e privacidade do outro.
Quando passamos a enxergar o outro como é – e principalmente nos enxergamos tal qual somos – passamos a construir a base sólida de um amor real, e não a ventania de amores que só existem no pensamento e nos livros de grandes romancistas. Porque para viver um amor é preciso sagrar-se na ideia de que amor não segue modelo, nem base certa. Amor simplesmente é amor porque não tem explicação.
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