Hoje em dia as relações são superficiais e incoerentes, pessoas demonstram ser aquilo que não são apenas por objetivos imediatistas e subliminares.
O grande problema é que depois de um porre de bate cabeças e idas e vindas, chega uma hora que a ressaca dessa estranha metodologia vem e derruba.
É nessa hora que, quase que instintivamente, corremos para iniciar um novo ciclo – de novo, atrás de um novo amor, lance, flerte, paquera, um bonsai esquecido atrás da porta ou uma transa qualquer para sanar o erro do outro(a).
Dali iniciamos tudo de novo, sem nunca aprender que o essencial dessa loucura toda que é a vida, é enfrentar as etapas, e não se esquivar delas com pseudosoluções que anestesiam o momento ou a lembrança.
Socialmente, a pior coisa que dizem existir, é a solidão, dizem que o ser humano não nasceu para ficar sozinho e etc, mas é na solidão que nos consolidamos mais, que lidamos com aquilo que esquecemos quando estamos com o outro, esquecemos que antes do outro, tem o eu, o próprio.
Amor que vai para o outro sem antes saber ser bem feitinho pelo próprio, nunca é amor.
É como fazer pães sem saber fazer pães. É como curar dor com mais dor: não faz sentido. Deixar a coisa cicatrizar, tirar o pé do acelerador e esquecer um pouco sobre aquilo que o mundo espera de você (e ninguém nem está olhando para você) é a melhor coisa que se tem.
Quando as coisas dão errado, a melhor coisa que se faz é olhar pra dentro, até porque, culpar os outros é muito mais fácil, mas quando se está sozinho, não temos quem culpar e, cá entre nós, quando apontamos o erro em alguém, dos 5 dedos, apenas 1 aponta para o outro, mas 4 estão virados para nós.
O amor próprio só vem à tona quando realmente ficamos calmos, quando ouvimos nosso silêncio e respiramos fundo sabendo que tudo, como todo qualquer grande acontecimento, é sempre – felizmente ou não – passageiro.
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