Por vezes, temos a felicidade de encontrar escritores companheiros que são para nós como amigos confidentes e estimados. Assim é a escritora Fabíola Simões. Dentista por formação e profissão, Fabíola encontrou na escrita uma forma única e especial de falar da vida e do amor.
Suas palavras confessionais conquistaram milhares de leitores nos últimos anos alavancando o lançamento do seu primeiro livro de crônicas, o “A Soma de Todos os Afetos“, um dos títulos mais vendidos pela editora que o publicou.
Todos nós, inegavelmente, ao passarmos os olhos por suas palavras, sentimos uma imensa vontade de saber mais acerca dessa mulher, que tímida como diz ser, conquistou o coração de mais de um milhão de leitores. Na entrevista inédita a seguir, Fabíola fala um pouco sobre si, sobre seus escritos e sobre seu primeiro livro de crônicas.
1- Fabíola, em 2013 você criou o Blog “A Soma de Todos os Afetos” e desde então seus escritos têm sido um sucesso, não só por lá, mas em sua fanpage no Facebook também. Conte-nos um pouco como foi o início dessa sua íntima relação com a escrita e como o Blog começou.
Desde menina gosto muito de escrever. Por volta dos oito anos já tinha diversos “livrinhos” onde eu criava minhas histórias e exercitava a escrita. Depois vieram os diários; algumas pecinhas de teatro que eu escrevia e fazia os primos ensaiarem (coitados!); e alguns textos soltos que costumava compartilhar com os amigos. Porém, a escrita estava esquecida em mim quando o blog começou.
Foi numa sessão de terapia, em que eu questionava minhas escolhas, que veio a lembrança daquilo que eu gostava tanto de fazer e tinha deixado de praticar. Desta sessão de terapia surgiu a vontade de começar um blog. Fui pesquisando na internet como criar um, e os textos foram ganhando forma. Porém, em momento algum eu imaginei que duraria tanto, nem que fosse aprovado por tantas pessoas. Era apenas uma forma de organizar as ideias dentro de mim, e de entender melhor o mundo ao meu redor. Descobri que meus questionamentos eram universais, pois muita gente se identificou.
2- O nome “A Soma de Todos os Afetos” é muito expressivo, pois parece conter todas as formas possíveis de amor nele. Como surgiu a ideia para esse nome tão especial?
O nome veio da necessidade de falar sobre todos os tipos de afeto, e em todos os tempos. Não só entre casais, mas também entre pais e filhos, amigos, irmãos, amores do passado e do presente. Pois acredito que somos a soma daquilo que vivemos, experimentamos, amamos.
3- Seu livro é uma coletânea de crônicas suas e todas falam de forma muito delicada sobre a beleza do cotidiano e das relações humanas. Como surgiu a ideia do livro e para você como foi o processo de seleção das crônicas?
A ideia do livro foi uma consequência do blog. Uma forma de ter “em mãos” uma coletânea das melhores crônicas do blog. Acho que a ideia surgiu de forma natural, como uma extensão daquilo que eu vinha fazendo. Selecionar as crônicas foi prazeroso, pois as minhas preferidas também eram as preferidas do meu público, então de certa forma foi fácil de fazer.
4- Suas palavras provocam uma imensa empatia nos leitores. De alguma forma seus escritos parecem fazer parte de um diário pessoal repleto de ponderações, conselhos e aprendizados que você empresta aos que te leem. Você menciona no livro que sempre teve o hábito de colocar ideias em diários. Você acredita que a escrita em diários influenciou sua forma de escrever hoje?
Sempre escrevi em diários, e tenho um baú repleto deles hoje. Acho que minha escrita em diários influenciou minha forma de escrever sim, pois o blog funciona como um diário virtual, em que relato minhas experiências no mundo de fora, e faço uma análise emocional sobre o que ocorreu ou me afetou. Minha escrita é uma mistura do mundo externo e interno, e acho que isso tem raízes nos meus primeiros escritos, nas páginas dos primeiros diários.
5- Em seu livro “A Soma de Todos os Afetos” você cita ótimos escritores os quais já leu. Se te pedissem para citar ao menos três escritores os quais admira profundamente, quais seriam eles?
Difícil citar apenas três, mas adoro Philip Roth, John Fante e Julian Barnes.
6- Você tem algum ritual que precede seus escritos, algo que julga imprescindível para que possa escrever?
Encontrar o tema da semana nem sempre é tarefa fácil, então fico atenta, em estado de atenção ao mundo que me rodeia para que as ideias possam surgir. Para isso, ando sempre com um caderninho dentro da bolsa, onde faço pequenas anotações à caneta, ou uso o bloco de notas do celular. No dia de escrever o texto, prefiro começar na caderneta, para depois passar para o computador. Lá escrevo os parágrafos, e vou riscando, adicionando, rubricando… cada pedaço para depois ter o texto completo. Enquanto escrevo sempre tomo uma ou duas xícaras de café, e posso finalizar, à noite, com um cálice de vinho.
7- O que a escrita significa para você?
A escrita é minha forma de ser e estar no mundo. É meu jeito de entender a vida e responder algumas de minhas questões mais profundas. Quando escrevo sinto que as peças vão se encaixando, ou que o novelo vai se desembaraçando. Entendo que não é assim para todo mundo, mas para mim é um exercício terapêutico.
8- Você recebe muitas mensagens de leitores seus? Alguma mensagem já a tocou profundamente?
Recebo mensagens lindas, diariamente. Tento responder todas, mesmo que demore algum tempo. Não consigo me lembrar de uma específica para falar aqui, muitas são enormes e tocantes, me emocionam de verdade! Mas alguns leitores se tornaram especiais, pois estão presentes o tempo todo, e acabamos ficando amigos, como o leitor Edson Junior, e as leitoras Simone Ferreira e Tathy Araújo.
9- Você diz ser tímida. Como você lida hoje com o fato de ser uma escritora querida e admirada publicamente?
Sou um tipo engraçado de tímida. Tenho minhas reservas, sou introspectiva, mas muita gente que me conhece mais profundamente jamais diria que sou tímida (na minha turma de faculdade, por exemplo, nunca fui vista como tímida!). Quando me sinto à vontade, sou espontânea e extrovertida. Sendo assim, não tenho problemas em lidar com a exposição no blog ou facebook. Até gosto desta exposição, e do carinho que recebo em troca!
10- Se você pudesse deixar uma mensagem para aqueles que apreciam seus textos, qual seria?
Muita gente me escreve dizendo que algum dos meus textos ajudou a atravessar algum momento difícil. O que eu queria dizer é que comecei o blog num momento muito difícil também, e escrever foi a forma que eu encontrei para não “pirar”. Então eu acredito que todo mundo é capaz de se envolver com alguma atividade que lhe ajude a superar essa fase complicada. Pode ser dançando, bordando, cantando, pintando, começando um jardim, escrevendo, orando… mas que encontre algo que faça sentido.
Se você gosta de escrever, não tenha receio de colocar suas ideias no papel ou mesmo num blog. A gente vai se aprimorando com o tempo, lapidando nosso modo de se expressar e encontrando o jeito próprio de acertar. Busque ser coerente com suas emoções e encontre em Deus as respostas para suas questões mais importantes.
Não deseje ter um blog famoso ou ganhar muito dinheiro escrevendo. Isso tudo é secundário, e a motivação maior deve vir de dentro, de seu desejo de existir como palavra escrita, e de tocar outras pessoas com suas ideias e emoções.
Aos meus leitores, minha imensa gratidão. O blog cresceu graças ao carinho de cada um deles, que compartilham e divulgam meus textos com tanta generosidade e bondade. Tento fazer o melhor a cada semana, mas são eles que me estimulam a prosseguir e a desejar escrever cada vez mais e melhor. Muito obrigada a cada um, que Deus abençoe a todos! E obrigada a você, Vanelli, que me deu a oportunidade desta entrevista!
Obrigada Fabíola Simões pelo imenso carinho. Continuaremos te acompanhando pela internet e ansiosos por um segundo livro!
Entrevista realizada por Vanelli Doratioto
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Na foto de capa: Fabíola Simões ao lado do filho Bernardo e do marido Luiz.
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